Adamor Oliveira e Nilson Montoril de Araújo (Foto: Rogério Castelo) |
Foi lançado oficialmente no dia 19 de abril de 2013, na sede da OAB-AP, o primeiro livro de Adamor de Sousa Oliveira intitulado Tesouros de Memórias (Premius Editora; 358 páginas; 40,00 reais).
A obra foi escrita durante seis anos e está disponível agora para todos os leitores, principalmente os estudantes, professores e pesquisadores que buscam avidamente informações sobre a história do Amapá.
Tesouros de Memórias (capa) |
"Este livro me chamou bastante atenção e me surpreendeu
a cada página, pois encontrei nele um guia da história do Território Federal do
Amapá – guia porque nos conduz por cada parte importante dos acontecimentos que
moldaram, durante 46 anos (período que o autor escolheu para construir sua
obra), a bela, rica e ainda pouco conhecida, pela maioria dos que aqui moram,
história do Amapá. Nas palavras de Adamor Oliveira, este é um “livro de
memórias, de reconhecimento, de homenagens, de tributos, recordações e
saudades, sobre tudo que aconteceu de bom no Amapá”. Então relembro de outro
pioneiro, meu saudoso e querido amigo e confrade Coaracy Sobreira Barbosa
(1923-2003), e seu esforço louvável em reunir centenas de biografias dos
pioneiros em duas obras publicadas que tive o privilégio de prefaciar e ajudar
na confecção – Personagens Ilustres do Amapá Vol. I e II – e uma que deixou
inédita. Não poderia deixar de estabelecer esta relação entre Coaracy e Adamor
para ressaltar, com extrema convicção, o quanto é importante esse tipo de
inciativa que municia de informações os pesquisadores, estudantes, professores
e demais interessados sobre as pessoas e os fatos mais notáveis que
sedimentaram o projeto deste Estado localizado na Amazônia brasileira.
Coaracy Barbosa (centro) entre o poeta e jornalista Cordeiro Gomes e o historiador Estácio Vidal Picanço (Fonte: Jornal do Dia,1998) |
Memórias históricas são tesouros valiosíssimos, mesmo
quando têm a marca do autor em muitos dos fatos aqui relatados – e não poderia
ser diferente, haja vista a importância que ele teve e continua tendo na nossa
história. Ele mesmo esclarece isso quando afirma: “Procuro, com muito carinho,
demonstrar a valorosa participação dos pioneiros, homens, mulheres, jovens e
crianças, que, diante de uma perspectiva vibrante, marcharam, lutaram
veementemente, conquistaram com bravura, investiram e acreditaram no sucesso,
para alargar as fronteiras de nossos caminhos e horizontes”.
Ao expressar suas opiniões – pois se trata de um livro
de memórias – ao invés de apequenar o tema, penso que ele expandiu a extensão
do seu depoimento, pois permite a todos nós interagirmos e tirarmos nossas
próprias conclusões sobre tudo aquilo que ele nos diz. Percebi, durante a
leitura, que Adamor Oliveira buscou englobar todos os fatos relevantes, dos
muitos aspectos que compõem a História – políticos, sociais, econômicos,
culturais, esportivos, jurídicos, transportes, comunicações, religiosos, etc.
Daí a riqueza e validade desta obra, em parte testemunhal, que ainda traz fotos
históricas, algumas inéditas em publicações, que só enriquecem o primoroso
trabalho de pesquisa que foi tão carinhosamente feito durante alguns anos pelo
autor.
Janary Nunes conversando com operários e inspecionando obras no Território do Amapá (Fonte: arquivo de Janary Nunes) |
Além dos fatos que vivenciou mais de perto, como sua
atuação como promotor, presidente da OAB, secretário de segurança, professor,
presidente do Conselho Territorial de Trânsito, juiz eleitoral e desportista,
ele enfatiza uma característica marcante da personalidade daquele que é,
certamente, o protagonista maior da história do Amapá, Janary Gentil Nunes
(1912-1984), cujo centenário se comemorou em 2012, não com a dimensão da
grandeza que Janary representa (e isso não cabe a mim comentar aqui), mas de
certa forma já um indício de que nem tudo está perdido. Mas creio que num
futuro próximo talvez apareçam líderes que saibam como tornar esse evento
primordial mais visível e posto em seu devido lugar e mostrem a verdadeira
importância histórica do nosso primeiro governador, que deu sábia e memorável
resposta a um jornalista que fez uma observação cabotina sobre o “palácio” do
governo naqueles primórdios territoriais, então muito simples e sem conforto: “Meu
amigo, o Amapá tem interesses maiores, seu projeto é ambicioso, é de uma
responsabilidade social incomensurável. Acima das minhas vaidades e das minhas
mordomias estão os interesses do Amapá, do Brasil e de seu povo. Estou aqui
para trabalhar por este povo, por estes brasileiros que os encontrei carentes
de tudo, juntamente com meus auxiliares. Tenho o indeclinável compromisso de
desbravar esta região que encontrei abandonada, creia o senhor, que a última
obra a ser construída nesta cidade, será o palácio do Governo”.
Assim era Janary, cujo legado só de uns anos para cá
está sendo, paulatinamente, reconhecido por uma sociedade que nem sempre presta
atenção às lições da história e que está anestesiada com tantos escândalos de
corrupção protagonizados por políticos. O ex-governador, ex-deputado federal,
ex-embaixador, ex-presidente da Petrobrás morreu pobre, no Rio de Janeiro,
quase no ostracismo – embora as línguas ferinas e mentes desinformadas do Amapá
lhe atribuíssem fortunas, bens, sociedade na Icomi e outras invencionices. Os
filhos de Janary estão ainda por aqui, testemunhas vivas da honradez e grandeza
do pai. Nos meus 30 anos de Amapá, aprendi bastante, mas faltam ainda muitos
outros conhecimentos que eu busco com paciência e senso crítico. E acabo de
ganhar um presente ao ler os originais deste livro que, certamente, é um grande
tesouro para todos nós que vivemos aqui e queremos o bem do povo e o progresso
do Amapá.
Paulo Tarso Barros
(Membro da União Brasileira de Escritores e
da Associação Amapaense de Escritores)
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Contatos com o autor:
adamoroliveiraap1@hotmail.com
(96) 3222-7844 - Escritório - horário comercial
VEJA ABAIXO ALGUMAS FOTOS DA NOITE DE
AUTÓGRAFOS
Adalberto Ribeiro, Paulo Guerra e Adamor Oliveira |
Mesa com exposição dos livros Tesouros de Memórias |
Paulo Guerra, Adalberto Ribeiro, Carlos Tork, Adamor Oliveira, Nilson Montoril e Amiraldo Bezerra |
Elfredo Távora (direita) |
Aspectos do coquetel no hall da OAB |
Elfredo Távora, (camisa verde) Paulo Tarso, Déo Moraes e Adamor Oliveira |
Guairacá Nunes, Amiraldo Bezerra e Paulo Tarso Barros |
Um comentário:
Olá.
Primeiro vim agradecer, por ter postado um comentário em um espaço simplório na internet, e que chamo de blogue.
Confesso-vos, que fiquei honrado.
Estou lhes seguindo por aqui.
E aproveito para desejar-te um fim de semana, muito bom.
Abraços.
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