Nota:
Esta série vai prosseguir até que possamos publicar e registrar, neste blog, o maior número possível de novos poetas.
Esclarecemos que aqui não fazemos juízo de valor nem apreciação crítica (apenas a divulgação!), mas são livres os comentários e opiniões dos nossos leitores e internautas, desde que pertinentes e referentes aos textos -- e não ofensivos, é claro.
Esclarecemos que aqui não fazemos juízo de valor nem apreciação crítica (apenas a divulgação!), mas são livres os comentários e opiniões dos nossos leitores e internautas, desde que pertinentes e referentes aos textos -- e não ofensivos, é claro.
O conteúdo, revisão ortográfica e gramatical dos textos são de inteira responsabilidade dos seus autores, bem como o copyright.
Aguarde para breve mais um novo poeta!
CONSCIÊNCIA DA MULHER NEGRA
Fui classificada ao máximo na cor, na
aparência, na estatura.
Na fala, no beiço, nariz e cabelo, a
custa de pau, pão e pano.
A Diáspora traçou meu destino, Mama
África ficou para trás.
A dor que
imperava no “Tombadilho”, era que liberdade, eu não tinha mais.
Ao avistar a terra do novo mundo, apesar
da beleza natural.
Foi-me imposto
costumes e um nome, me distanciando de meus ancestrais.
Mas não puderam
calar minha voz, meu tambor, meu afoxé, meu berimbau...
Meu jeito, meu
credo, minha dança, incomodava destemidas rivais.
Muitas lutas eu resisti, no quilombo me
refugiei.
Pus em prática o que de raiz aprendi,
pois esse chão era minha nova grei.
Regado com sangue fraternal, liberdade
no papel alcancei.
Pura demagogia racial, não foi inclusa
no social.
Mesmo sendo
parte do global, pelas conquistas de direitos, lutei.
Mas a nomenclatura magistral me resumia
apenas aos três ps.
Difícil ser
negra, em plena política do branqueamento.
Hoje com as conquistas vindouras, tenho
meu livre arbítrio.
De mostrar o que sou e o que faço,
afirmo-me do pó ao aço.
A minha identidade reflete pura beleza.
Que rufem os tambores, pois quero dizer:
“Viva a Consciência da Mulher Negra”!
AMAZÔNIA DE PÉ
Úmida floresta da América do Sul.
Refletes em tuas águas, o imponente céu
azul.
Influencias o equilíbrio ambiental.
Ao planeta tens papel principal.
“SOS Amazônia”, grita quem sabe amar.
Quem em seus rios se banha e nas matas a
fome vem saciar.
Verdejante, majestosa, obra-prima
imperiosa.
No rebojo das falácias, minhas lágrimas
copiosas
Molhando o rosto que estremece, da
brutalidade asquerosa.
Líderes sem escrúpulos, não veem o
absurdo.
Que podem causar dores, a ti floresta e
aos moradores
Visam ser a razão, derrubar-te em teu
próprio chão.
Acordos milionários, ferem direitos
minerários
Ao extrair do teu interior recurso de
mui valor.
Oh!
esfera monumental! De fauna e flora excepcional.
O povo da floresta não abre a guarda.
Indígena, quilombola, ribeirinho e muito
mais.
A Renca é um alento pra esta esbelta
nação.
É ordem e progresso? Ou desordem e
extinção?
Recua o inimigo movido pela pressão.
Manter a vigília, já!, suspender não é
revogar.
Vai que o inimigo resolva, com a caneta
rabiscar
Comprometendo o destino de todos os
amazônidas.
Por ti, todos juntos, num grito de fé:
“Queremos a Amazônia de pé”
RIO AMAZONAS
Desfilas tuas ondas nas correntes do teu
leito.
Onde permeiam aturiais, maçaricos,
No mesmo espaço marítimo.
Dias ensolarados, noites enluaradas,
Metamofosam tuas águas,
Camaleando o placar,
Ora ouro, ora prata.
Barrenta, cristalina e turva,
Fria, quente, clara, escura,
Brilham, brilham em noite de lua.
Com ciliares altas e frondosas,
Fauna e flora relicárias.
Clorofilam os olhos meus,
Celeiro natural, paraíso cultural.
Jaz em ti meus ancestrais.
Do ribeirinho és o caminho,
Correntezas que banham artistas,
Que vivem no palco da vida.
Imponente Rio-mar,
Fissuras o cais, com tua fúria.
Mostrando a todos tua bravura.
Teu rito pluvial
Tem grande potencial.
Deleite popular,
Costume milenar.
Hidro-Amazônia histórias,
Guardadas em nossas memórias
Dos repiquetes que desembocam,
Lançantes, marés, pororocas.
O gingado de tuas ondas,
Balanceiam, balanceiam,
Como as voltas das saias,
Das negras marabaixeiras
Oh! saudoso Amazonas
Quem não conhece não sabe contar
Quem toma de tuas águas
Encantam-se no dessedentar
Oh! Rio-Mar
Quão lindo é o teu bailar
Em cada ângulo ocular
Quero em ti minha’alma banhar.
Oh! saudoso Amazonas!
Quem te conhece sabe contar.
Quanto ao teu desfilar,
Em frente de Macapá.
NICHO DE IDENTIDADE
História de negros
Atravessam séculos de resistência.
Da África para o Brasil
Contribuindo com arte, garra e ciência.
Trajetória, memórias, práticas sociais.
Visíveis e vivas, nos traços culturais.
Riquezas presentes em plena Amazônia
Combatendo sempre ideias antagônicas.
Amapá! Amapá! Sempre porteira
De persistentes laços na fronteira.
Em seu solo a cultura floresce.
De Norte a Sul, o legado enaltece.
Nicho de identidade.
Cheiro, sabor, tom e imagem.
MACAPÁ
Macapá, terra boa de morar.
Bonita mata! lindo céu!
Há beleza no Rio-Mar!
Pedra do Guindaste, aves a voar.
Saúda quem está a chegar.
Sentinela Altaneira.
Com o nome de palmeira.
Recanto sagrado e amado,
És riqueza brasileira.
Com olhar de vencedores,
E amor no coração.
Ao som de flauta ou tambor,
Cantamos a sua canção.
Bacaba, Macapá.
Origens Tupis,
Raízes quilombolas.
Vislumbra a glória,
Ao anoitecer, desde a aurora.
É grande a diversidade
Da iguaria regional.
Exaltam a fauna e a flora,
Nativas neste local.
Deleite é a Linha do Equador.
A Fortaleza é um primor.
O Rio Amazonas é viril.
Encantos da terra varonil.
Capital no Meio do Mundo.
Macapaba, Tucujulândia,
Metropolitana, Morena açucena,
Joia da Amazônia.
Tens Áurea Auriflama,
Que enaltece a quem povoa.
Que aguerridos e militantes,
Seguem firmes e triunfantes.
Em plena época de desmonte,
Marea na resistência.
Combatendo a diplomacia,
Com arte, garra e ciência.
Com seu artesanal
Embala os festivais.
É forte o manancial
Das manifestações culturais.
Parabéns a Macapá!
Do Marco Norte ao Marco Sul.
Brilhai como o Equinócio!
Adorável terra Tucuju!
IGARAPÉ DAS MULHERES
Igarapé, Igarapé das Mulheres,
Onde o lavar e espremer,
Expressa a rotina do viver.
Igarapé das Mulheres,
Onde a cantoria enaltecia,
Laços de companhias.
Igarapé das Mulheres,
Hoje lavas a lida,
Das produções agrícolas.
Igarapé das Mulheres,
Espremes teu natural,
Com crise ambiental.
Igarapé das Mulheres,
Do peixe, do camarão,
Te amo de coração.
MAZAGÃO
Mazagão! Oh! Mazagão!
De Mazagão africana,
Para a Mazagão Brasil.
Mazagão do Amapá,
Mazagão do Rio Mutuacá
Do bélico à agricultura
Mazagão não morreu.
Verdadeira regeneração,
Através da fertilização.
Nome de origem Árabe,
Traduz criatividade, coragem.
Lider, pioneiro, independente.
Mazagão de afrosdescendentes.
Epidemia e viradeira,
Épocas de grandes asneiras.
Hoje Mazagão floresce,
O crescimento prossegue.
Localidade histórica
Com suas regiões bucólicas
Cachoeira e paisagens naturais.
Fazem grandes diferenciais
De combatentes a lavradores
Avante, mazaganenses!
Autoestima, fortalecimento,
Acolhida, pertencimento.
Festa de São Tiago
Pombinhas do Divino.
Recital das preces.
O tocar dos sinos.
O rufar dos tambores,
A peleja entre cristãos e mouros.
História, trajetória, memórias...
Mazagão ancestral e atual
É Mazagão cultural.
Cantinho do Norte,
De população nobre.
Seu tradicional rito religioso,
Cavalhada, encenação.
Aparição do Santo protetor
Cujo povo cultua com amor.
Mazagão! Oh Mazagão!
De Mazagão africana,
Para a Mazagão Brasil.
Mazagão do Amapá,
Mazagão do Rio Mutuacá
Quero te ver sempre brilhar.
MUNICÍPIO DO ITAUBAL DO PIRIRIM
É com muito prazer
E grande satisfação.
Que estou a homenagear,
As terras deste Torrão.
E desta vez vou mencionar,
O município de Itaubal.
Que cresce culturalmente,
Com grande potencial.
Um recanto no Sudeste do Amapá,
Que a todos contagia.
Pois, sua beleza natural,
É de esplêndida magia.
Seu topônimo vem da itaúba,
Madeira de lei comercial.
Na flora nativa era abundante,
Pois deu nome ao local.
Cortado por rios e lagos,
Exibe sua diversidade.
Como parte da Amazônia,
É uma exuberante localidade.
Famílias, vindo do Bailique,
Em busca de terra pra morar.
Pra trabalhar com lavoura,
Queriam uma terra boa.
Com o passar do tempo
Chegaram levas de imigrantes.
E o pequeno povoado,
Tornou-se um vilarejo deslumbrante.
Mais tarde, de Distrito a Município,
O povo logo preferiu.
Itaubal do Piririm,
Fica à margem direita do rio.
Lugar que se planta e dá,
Se tiver a manha de cultivar.
Com a enamorança da lida,
Quem planta amor, colhe guarida.
Tem como padroeiro São Benedito.
Respeitado, aclamado e mui querido.
Prestigiado com devoção pelos
itaubalenses,
Aumentando a fé de amigos e parentes.
Na segunda quinzena de dezembro.
É o festejo do Santo Protetor.
Vem gente de toda a direção,
Prestar-lhe grande veneração.
A reverência resulta,
Em bastante fé e folia.
A cidade resplandece,
Com múltiplas regalias.
Tens evento marajoara,
Oh! Piririm do Amapá.
Grande espontaneidade!
Como criança, vives a bailar.
Ergue forte teu Brasão!
Hasteia tua bandeira!
Ao som de bela canção,
És da nação brasileira!
Com identidade própria,
Liberdade e soberania.
Tens honra e dignidade,
Contra toda tirania.
Gente linda, gente amiga.
Encanta quem vem visitar.
Fauna e flora numerosa,
Deleite do Amapá.
QUILOMBO
Lugar arejado, núcleo de resistência.
Quilombo, mocambo ou terra de negros,
fortificação.
Lugar arejado de meus antepassados.
Que hoje evolui com a cultura de um povo
miscigenação.
Quilombo é habitação, quilombo é
evolução.
Tem escritores, jornalistas, tem poetas
e muitos artistas.
Quilombo é meu próprio chão, que amo de
coração.
É um espaço natural que cultiva o
cultural.
Quilombo é criatividade, quilombo é
irmandade.
Tem um jeito diferente dos que vivem na
cidade.
Quilombo vive a bailar nas cantorias que
tem por lá.
Quilombo é assim é pra viver e ser
feliz.
Quilombo é garra, é raça, quilombo é a
nossa casa.
Trabalha com a natureza e faz dela
fortaleza.
Quilombo é um pedaço da África em plena
Amazônia.
Que dança Marabaixo e faz suas
cerimonias.
Quilombo não é só tranquilidade, é luta
pela equidade.
Hoje faz sua resistência com arte e
ciência.
Quilombo é manifestação pela posse e
preservação.
Quilombo é um aglomerado, é um abrigo
considerado.
QUILOMBO
DO AMBÉ
Indo
por fora na BR 156
Ou
por dentro, na AP 210.
A
80Km de Macapá
Está
a comunidade do Ambé.
Ambé
era um cipó.
Que
existia em grande quantidade.
Desse
vegetal resultou,
O
nome da comunidade.
População
agropecuarista.
Campo
verdejante, bela pastagem.
Famílias
do Rio Pedreira
Formaram
essa irmandade.
Manoelzinho
do Ambé.
Um
grande desbravador.
Que
achando terra fértil,
Pra
lá sua família levou.
Picanços,
Pereiras e Souzas,
Ali
miscigenaram.
Com
Ramos, Silvas, Machados, Prazeres,
A
vila povoaram.
Tem
igreja com mirante
São
Roque é o padroeiro.
E
os moradores festeiros.
Agosto
é de devoção,
Coração
de gratidão.
Foco
nas ladainhas e procissões.
É
festividade! É comemoração!
E
a cultura se instala
Com
baile e marabaixo.
Jogos,
bingo e leilão,
Corrida
e muita diversão.
Afirmação
identitária,
Resgate
da própria história.
Faz
do lugarejo Ambé
Uma
Comunidade Quilombola.
No
dia a dia presença marcante,
De
diferentes formas de produção,
Com
consciência de empreendedores
No
retirar e repor com precaução.
Cantinho
nobre do Amapá,
Um
reduto na sociedade.
Que
estás sempre a lutar,
Por
conquistas e identidade.
O
canto da liberdade
É
entoado com fé.
Viva
a cultura dos afros!
Da
Comunidade do Ambé.
COMUNIDADE
QUILOMBOLA DO CRIAÚ
Das
palavras cria de criar e mú de gado
Formou-se
a palavra Criamú
Que
com o passar do tempo
Evoluiu
para Curiaú
Cria-ú
de fora, Cria-ú de dentro
Cria-ú
debaixo, Cria-ú de cima
É
uma linda vila
Você
nem imagina!
Localizada
na AP-70
A
12km de Macapá.
De
fauna e flora diversificada
Lugar
bom pra se banhar.
Tempos
atrás era apenas um lugar
Onde
negros escravizados vieram morar.
Refugiados
sim, mas para garantir
A
liberdade que temos aqui.
Hoje
considerada como APA
(Área
de Preservação Ambiental)
Para
que a população e seus recursos
Mantenham
sua beleza natural.
É
uma Comunidade Quilombola,
Peixes!
Garças! São a graça do lugar.
Marabaixo
e batuque
No
terreiro da tia Chiquinha.
A
cultura negra está presente
Na
história do Amapá
Salve
a Santa Maria
Salve
São Joaquim
E
salve o Santo Antônio,
Que
são padroeiros daqui
Pois
no toque do tambor,
Minha
vida é um esplendor!
Quilombo
é habitação.
Quilombo
é evolução.
Tem
escritores, jornalistas,
Tem
poetas e muitos artistas
Quilombo
é o meu chão,
Que
amo de coração.
COMUNIDADE
QUILOMBOLA MARUANUM
O
Distrito do Maruanum,
Localizado
a sudeste do Amapá.
É
uma comunidade quilombola,
A
80 km de Macapá.
Originou-se
de uma tribo indígena,
Que
habitava na região.
Maru
e Anum foi o último casal,
Que
restara naquele local.
Alguns
escravos fugitivos
Chegaram
com potencial.
Tornando-se
novos moradores,
Mudando
o Contexto cultural.
A
maioria da comunidade
São
remanescentes de africanos
Que
fugiram da escravidão
No
período da Colonização.
Bem
recebidos, pelo casal de índios,
Os
quais quiseram agradecer.
Juntando
as palavras: Maru e Anum,
O
nome da comunidade veio aparecer.
Maruanum,
lugar de ecoturismo,
Com
fauna e flora, presença natural.
Com
campos e várzeas, beleza exuberante!
Destacando
seu poder artesanal.
Técnicas
de negros e índios.
Senhoras
artesãs abraçam o legado.
Associação
de louçeeiras,
Praticando
a arte com barro molhado.
É
uma comunidade estrutural,
Valoriza
o ecológico e o cultural.
Um
pedaço da África em plena Amazônia,
Que
dança Marabaixo e faz suas cerimônias
COMUNIDADE
QUILOMBOLA TORRÃO DO MATAPI
Torrão
do Matapi
Iniciou
com um cafezal
O
Sr. José Arthur Torrinha
Era
dono daquele local.
Situada
na BR-156
Na
Rodovia Macapá–Jarí
Em
cima de um grande Monte
Formou-se
a Comunidade do Matapi.
Seu
Pedro Mendes e D. Cândida
Negros,
escravos de Mazagão
Vieram
com toda a família
Morar
naquele Torrão.
Como
caseiro no cafezal
Trouxe
o sustento ao seu lar.
Seus
filhos cresceram e se casaram
Formando
uma comunidade familiar.
Com
o sumiço do Sr. Torrinha
E
de Pedro Mendes, a eternidade.
Seu
Benedito, o Bilozão
Registrou
em seu nome a propriedade.
Distribuindo
a cada irmão
Um
pedaço daquele chão.
Surgiram
mais duas vilas,
Trazendo
grande transformação.
São
Benedito é o padroeiro
Daquela
localidade, o principal.
Mas
ainda tem a Sra. de Assunção,
E
São Tiago do Torrão.
Ali,
o folclore é marcado
Pela
cobra grande que apareceu
Assustando
toda a população,
No
Porto do seu Bilozão
É
uma história verídica
Que
resultou em composição.
Cantada
e tocada por Ronaldo Silva
Com
muita inspiração.
COMUNIDADE
QUILOMBOLA DO CURRALINHO
“É
ali, lá no curralzinho”
Era
assim que todos diziam.
E
por causa dessa expressão,
Todos,
esse lugar, conheciam.
É
um cantinho sossegado,
Gente
chegando bem de mansinho.
Da
Ilha Redonda e do Criaú.
Formando
o Curralinho.
No
início, só tinha um capoal,
Pois
era um pequeno curral
Que
bicho nenhum cercava,
Mas
deu nome ao local.
Curralinho
é uma comunidade nova
Que
tem apenas 90 anos.
Com
muita história e tradição,
Quem
deu nome foi seu Mariano.
Na
BR-210 fica situada,
A
11 km de Macapá.
Depois
do Posto Policial,
Dobrando
à direita, num ramal.
Os
comunitários vivem de roça,
De
horta e criação do quintal
Pra
alimentar as famílias
Ou
vender nas feiras da Capital.
Os
Programas Federais
Ajudam
também esse povo
Que
faz voto profundo
Na
festa de São Raimundo.
No
culto ao Glorioso Raimundo,
Que
é santo de devoção,
Quando
começa a festança,
Vem
gente de toda direção.
Do
curralzinho a Curralinho,
Tornou-se
uma grande comunidade.
Que
evolui culturalmente,
Com
seus afros remanescentes.
VISTA A MINHA PELE
De uma terra muito distante
Vieram os negros para o Brasil.
Deixando famílias, riquezas e amigos
Pra construir um novo País.
Destruíram seus mocambos
Negro morreu de banzo
Despojaram seus ideais,
Abafaram sua cultura demais.
Aqui neste País,
Terra de encantos mil.
A luta de Zumbi,
Valeu pra mim e pra ti.
Mas o rufar dos tambores,
E a sinfonia do berimbau,
Tornou meu quilombo ideal.
E com a Lei 10.639,
Minha escola ficou forte.
Do currículo escolar,
Vou então participar.
Hoje tenho felicidade
Em poder declarar minha identidade.
Sou Negra!
Sou negro!
Vista a minha pele!
Vista a minha pele e venha comigo sambar.
Vista a minha pele e capoeira vamos
gingar.
Vista minha pele e vamos todos
marabaixar.
MULHERES EMPODERADAS
Marabaixo é tradição no quintal da tia
Chiquinha
Marabaixo é tradição com Gertrude ou tia
Venina
Marabaixo é tradição com floridas indumentárias
Marabaixo é tradição com Danielle, Naíra
e Laura.
Pega de cá, ou pega de lá, todas vieram
pra somar.
É a mulherada empoderada no Estado do
Amapá.
Então pega de cá ou pega de lá, roda a
saia sem parar
É a mulherada empoderada no Estado do
Amapá.
Marabaixo é tradição lá em Mazagão.
Verônica dos tambores toca um ladrão!...
Marabaixo é tradição em Campina Grande.
Chama a Del e pega as caixas
Que tu vai ver o que é cantar, comadre.
Marabaixo é tradição, as moças do meu
Torrão,
Com suas saias rodadas, volteiam no
barracão.
Marabaixo é tradição, pra toda geração.
Tem meninas que não perdem um arrasta-pé
no salão.
.............................................
Maria Aurea dos S. do Espírito Santo
Negra Aurea
INFORMAÇÕES SOBRE A AUTORA
Maria Aurea dos Santos do Espírito Santo, que adotou o
nome literário de “Nega Aurea”, nasceu em Igarapé-Miri no Pará em 23 de
setembro de 1971 e desde a adolescência criara alguns rabiscos poético.
Mora em Macapá desde 1996. É Mestra em
Ciência da Educação pela UNINTER- PY.
Quando aqui chegou observou o legado
cultural que tinha o povo amapaense relacionado aos tucujulenses e aos afros
brasileiros.
Identificou-se com a cultura de seus
ancestrais e teve oportunidade de aguçar a luta de resistência contra toda e
qualquer tipo de prática pejorativa. Participou de vários debates, movimentos
sociais, conferências, festivais de músicas, sentiu vontade de contribuir com a
literatura local, dando visibilidade à mulher negra na poesia. Para tanto
compôs livres temáticas, com as quais se destacou. Foi em defesa da Relação
Étnico-Racial. Ao notar sua história nos livros didáticos, parada no tempo e no
espaço, trouxe um novo olhar poético, baseado nas correntes humanistas, a fim
de serem exploradas pedagogicamente.
Dona de um estilo muito pessoal, fala e
escreve com propriedade, o que tornam seus textos dignos de atenção dos
leitores e da crítica.
Maria Aurea dos Santos é Acadêmica Correspondente
da Academia Igarapemiriense de Letras (AIL), faz parte da ALIEAP – Associação
Literária de Escritores no Amapá e participa ativamente dos eventos literários
do Estado do Amapá. É também uma das precursoras do Movimento Literário Afrologia
Tucuju, movimento próprio do Estado do Amapá que visa a valorização do povo
negro através das diferentes temáticas como: Historicidade, subjetividade,
religiosidade e autoestima do negro.
Maria Áurea é educadora e procura
incentivar a adesão de novos leitores e escritores, através de seus recitais,
oficinas de construção poética, saraus e palestras.
É
a sua forma de contribuir com o desenvolvimento da literatura poética, sendo a
escrita, a forma artística que utiliza para desbravar a liberdade de expressão,
fazendo de sua consciência identitária, sua bandeira de luta.
Em seus textos é possível encontrar uma
vasta experiência ao escrever a vivencia do povo brasileiro, com destaque à
Amazônia Negra.
A poetisa Maria Aurea possui como
contato: (96) 991743388 (Wat), e-mail: aurea.santos10@gmail.com, suas poesias
podem ser encontradas no Recanto das Letras: Aurea Santos e seus vídeos no
canal do Youtube: Negra Aurea; Instagram: “negraurea” e facebook: Maria Aurea
dos Santos.
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