Pesquisar este blog

29 de abr. de 2020

SÉRIE NOVOS POETAS DO AMAPÁ - 17 - NETO ROMANO

Nota:
Esta série vai prosseguir até que possamos publicar e registrar, neste blog, o maior número possível de novos poetas.
Esclarecemos que aqui não fazemos juízo de valor nem apreciação crítica (apenas a divulgação!), mas são livres os comentários e opiniões dos nossos leitores e internautas, desde que pertinentes e referentes aos textos -- e não ofensivos, é claro.
O conteúdo, revisão ortográfica e gramatical dos textos são de inteira responsabilidade dos seus autores, bem como o copyright.


                                   Aguarde para breve mais um novo poeta!




BURQA

Quero beber uma era inteira
Um pouco do meu suor
Quero mergulhar quente
No seu olhar congelado
Quero desvendar duas tempestades de areia
Viajar para os confins dos fins do oriente
Não seja altruísta
Não sou vilão
Não espere mil e uma noites de chibatadas
E o sangue azul manchando o mar vermelho
Enquanto eu me afogo na areia movediça
Que me leva ao hell
Estamos separados hoje
Pela terra, inferno e céu...

UMA NOITE COM ELA

Quero beijar o canto da sua boca
E tocá-la com a ponta dos meus dedos
Silenciosamente para que o mundo aplauda
Nossa forma de amor sem culpa
Culpa que morre sem ação
Ação que ocorre sem tempo
Tempo que não existe um instante...
Deixa-me saber como é estar vivo
Como é colocar os sapatos atrás da porta
E ver os olhos piscarem em um milésimo de segundo
E todo o clichê de Romeu apaixonado
Fui criado para amar-te sem entendê-la
Para cheirar sem desfrutar seu Chanel Nº5
E toda a velha mordida solidão das paredes
Confesso que nunca amei uma renda
Até ver sua calcinha azul piscina
Me pinica a pele e a arranco vorazmente
Como se o nu fosse a fonte da vida
E vida que brota da cama cala-se o som
Agudo e generoso quanto a água poluída
E todo aquele temor, passa como um filme de época
Nos cavalos negros sem direção.
Vivo um momento que não esperava
Vai além de dentes mordiscando o cérebro
Vazio dentro do mar de valiosos tijolos amarelos
E todos os bons pensamentos de Cássia Eller
E todo esperma que atrapalha a evolução não saiu de mim
Pois o seco não reproduz o ar vindo da rua
Nem tanto quanto a sua própria luz, lua.



NADA SOBRE ANJOS

Nunca conto que a chuva me faz feliz
E nem que pintar meu rosto como palhaço me faz bem
Eu sou pop, sou indie
Sou a aventura
Queria que as vitrinas estivessem cheias de felicidade
Azul pode ser meu interior
Cheio daquilo que a humanidade busca
A ignorante perfeição do imperfeito sem conserto
O amor se tornou lenda
De quando a guerra fria estava no projeto
Até os dias em que o cidadão se tornou um segundo plano
Vou celebrar minha manhã fria e sem cor
Pois acordar já é uma virtude
Queria grandes balões de ar
Pegar uma corda e voar na plenitude
Onde se escondem mistérios de ancestrais que nunca vi
Queria ver pessoas que ajudam pessoas a não cair
A não chorar...
E um arco-íris de plástico no quintal

A BAILARINA BÊBADA

Na madrugada adentro eu dormia
Não ouvia seus passos contados
Pensei estar atrasado para seu ensaio
Notei seu silêncio e chorei
Pois minha bailarina dormiu sem acordar
Uma taça de lágrimas em baixo da cama
Do lado um violão
E sua última composição
Falava de um amor negado
Por um vizinho mal-amado
O mal-amado sou eu
Ela se foi sem saber
Que meu coração era dela
E seu dançar, me fazia viver...


PÁSSARO ESTRANHO

Eu nunca fui de bandos
Ou de belos cantos
Eu nunca fui de folhas
Ou de amores eternos
Eu nunca fui de voar ao sul
Ou seguir o sol
Eu nunca fui livre
Apesar das asas.

ANALU

Você disse que me quer distante
Pra saber se realmente me ama ou não
Do outro lado da rua era sua casa
Hoje é bem longe daqui
Se você não demorar
Te espero pro resto da vida
O perto era muito distante pra mim
O longe se torna a substância do fim
Te juro amor eterno em pensamento
Mas meu coração não me deu resposta se concorda
Se você não demorar
Te espero pro resto da vida

CONECTO AMOR (FEAT. ANA ANSPACH)

No passar dos dias te vi em sonhos
Em mim correndo os pontos
Nada se faz triste com a sua luz
Nem a melancolia que um dia compus
Doces sons você me traz
Música e letra que me seduz
Meu corpo se deslumbra com o calor teu
Me vicia na fome de ser todo seu
Minha pele já tem o seu cheiro
E já não posso mais dormir
Sem sonhar em te encontrar

COISAS SELVAGENS

Todo o mundo se rende à dor do pecado
Os lábios secos e amargos no dia cinza
Deus nos deu vida para sermos bons nisso
Mas nunca aprendemos a valorizar
A calma derrama no chão como café frio
E os olhos param de se cruzar
Os nossos corpos trazem doenças para nos penalizar
Por toda vez que julgamos os bem vividos
Deus nos deu inteligência para habitarmos os espaços
Mas continuamos sendo selvagens sem rumo algum.



MAIS UMA DE AMOR (FEAT. JHONATAN SALES)

Juntando os dedos e fazendo a noite infinita
Há amor, se eu pudesse parar o tempo em um loop total
Onde estavas? que num minuto de demora uma vida passou
Não serei apenas algo passageiro eu sei
Amantes devemos ser, afinal poesia será nosso café
Te senti entre os braços e no calor do seu perfume
Amanheceu e ainda tinha você no meu quarto apenas de cuecas
Nunca teria imaginação para descrever o sentido
Saiba o quanto admiro seu olhar
Ainda que distante dele deva estar
Leve com você meu coração como presente
Espero que a carta que lhe escrevo tenha retorno
Só isso me deixaria feliz hoje, nos meus dias escuros.

CASTELO DE AREIA

Acreditamos em possibilidades
Tais que nos fazem crer na vida como deveria
Línguas matam
Línguas machucam
Construir o que se sonha é uma tarefa árdua
Quando a pedra é maior que o passo
Pés cansados
Pés pesados
Letras em clichê de carinho
Como se a realidade brotasse do escuro
Vista perdida
Vista embaraçada
Te tomo como aliado da luta
Luta perdida antes de seu início
Grito calado
Grito sem som
Rodeio o vento
Tentando agarrá-lo pra mim
Tempo perdido
Tempo esgotado
Posso inventar motivos
Para omitir uma felicidade
Alegria morta
Alegria torta
E se teu sucesso fosse a porta
Eu seria um superstar agora
Música lenta
Música baixa
E se eu te avistasse em uma rua sem fim
Voaria pra longe, de ti e de mim
Asa quebrada
Asa sem penas...
Caí...




MISOFONIA

Seu ar me frisa os dentes
Seu ar seco, cansado
Morto, desesperado
Repudiaste, moldaste
Agonizante, delirante
Repugnante, pare um instante...
Seu mastigar salivoso
Ardiloso, culposo
Meloso, com lábios
Pálidos, rápidos
Mágicos, mandados
Impensados, me dê espaço...
Seu corpo de mim sai
Com dor, odor
Amor, frescor
Dignidade, saudade
Piedade, habilidade
Santidade, disparate...
Do corpo ao outro
Do pelo ao pelo
Do vento ao tempo
Da chuva ao sol
Do pecado ao pedaço
De tudo ao nada
Do completo ao exagerado
Eu e você, camas de concreto...

NOSSO ANTIGO PLURAL

Você me abraçou sem preconceito de amar
Me tirou a maldade que engoli por me machucar
Aquele velho amor no qual brinquei com fogo
E hoje não o toco nem por um segundo solto
O filme recomeçou e eu sou protagonista
Da mesma cena de desejo e louco a vista
Deixa eu acreditar dessa vez no melhor
Não me cuspa, pois eu sei que não é o meu pior
O livro acabou em linhas rabiscadas demais
E eu continua sendo o mesmo pequeno rapaz
O seu vazio foi e voltou várias vezes
Eu por milhões de horas repeti o erro
Matei minha alma com amor vagabundo
E são os únicos produtos atuais deste novo mundo




CRESCENDO COMO UM SERIAL KILLER

Um copo de vinho tinto
Dentro um diamante bruto
Meus pés já não sinto
Me sinto um imundo
Meus lábios secos e sem cor
Meus pensamentos vazios
meu coração sem amor
Abandono e frio
Minha arma no chão
E minha boca na tua
O vento em direção
Da tua pele nua

DUPLA FACE

Sou limpo
Sou sujo
Sou amigo
Sou injusto
Sou a vida
Sou a morte
Sou a armadilha
Sou a sorte
Um retrato vazio
Um reflexo rachado
Um cisco sutil
Um grande amassado
Um homem
Um indigente
Um monte
Um inexistente




DECISÕES DA MEIA-NOITE

Nada será como antes
Eu devo entender
Vivo em um mundo delirante
Sem nunca sofrer
Meu travesseiro guarda segredos
Que talvez eu nunca conte
Uma mistura de lágrimas e dedos
Sou como uma fonte
Extravasando todo meu ar
Em milhares de gotículas
Vou revirando sem respirar
Em emoções tão vividas
No meio do universo
Ao contrário do sol
Quero caminhar no eterno
Desatar de pequenos nós
A essência já deve
O chamado ou oração
Vou em passos leves
Como um sopro de canção
Vou deixando o ponteiro rodar
Em silêncio sou inteiro
Me fazendo o choro estancar
No meu silenciado desespero

...................





INFORMAÇÕES SOBRE O AUTOR



Carlos Alberto de Oliveira Romano Neto, mais conhecido com Netto Romano ou apenas ROMANO, é um poeta, escritor e compositor de 26 anos, nascido em 24 de Junho de 1993 em Belém, passou a morar na cidade de Macapá a partir de dos 2 anos de idade, descobrindo a escrita e a arte em sua adolescência. Romano já participou de diversas produções, principalmente músicas (músicas e clipes), na poesia sempre está divulgando seus trabalhos em blogs e redes sociais. Integra o Grupo de Artes Pena & Pergaminho desde 2017 e atualmente possuí 3 livros disponíveis em uma plataforma digital: AS AVENTURAS DO AMANTE UNIVERSAL (com mais de 3 mil leituras, tratando-se de um livro de contos eróticos); "NADA" SOBRE ANJOS (livro de poemas, poesias e textos, com mais de 1,9 mil leituras) e o mais recente JUVENTUDE VIOLENTA (conto de horror / ainda em publicação),  além de seus trabalhos musicais com artistas locais e regionais disponíveis em plataformas de músicas e vídeos. Atualmente Romano vem produzindo Áudio Poemas (poemas em formato de áudios musicados) com obras de escritores locais e regionais, além de suas próprias obras. Em breve será disponibilizado gratuitamente com 14 faixas.


https://youtu.be/VYxvuPSzBT4 (áudio poema / pesquise por outros no mesmo canal)

https://my.w.tt/C9ZShrw6M5 (Livro: "NADA" SOBRE ANJOS)

https://my.w.tt/QL2CGEB6M5 (Livro: AS AVENTURAS DO AMANTE UNIVERSAL)

https://youtu.be/TjhstfIEugk (Clipe Felipe Sena - Quero Ver Quicar)

https://youtu.be/6st29RT5XWc (Clipe Rafel Esteffans - Deixa O Corpo Falar)



Se espelhando na cultura Pop, Geek, Indie e ArtPop, Romano traz essa temática para suas obras e estética de compartilhamento em suas redes sociais.




Nenhum comentário: