Nota:
Esta série vai prosseguir até que possamos publicar e registrar, neste blog, o maior número possível de novos poetas.
Esclarecemos que aqui não fazemos juízo de valor nem apreciação crítica (apenas a divulgação!), mas são livres os comentários e opiniões dos nossos leitores e internautas, desde que pertinentes e referentes aos textos -- e não ofensivos, é claro.
Esclarecemos que aqui não fazemos juízo de valor nem apreciação crítica (apenas a divulgação!), mas são livres os comentários e opiniões dos nossos leitores e internautas, desde que pertinentes e referentes aos textos -- e não ofensivos, é claro.
O conteúdo, revisão ortográfica e gramatical dos textos são de inteira responsabilidade dos seus autores, bem como o copyright.
Aguarde para breve mais um novo poeta!
Macapaba
“Macapaba” é
lugar de muitas bacabas,
já “Macapá”, ela
gosta de brincar.
Às vezes é rosa
branca açucena,
às vezes é
pérola azulada,
às vezes é joia
menina da Amazônia.
Pra mim, é
horizonte cerúleo,
cheio de
andorinhas e
próspero aos
enamorados,
que como
aquelas,
querem fazer
verão lado a lado.
Rio de mim (com Annie
de Carvalho)
Boca do
Amazonas,
rasga-me com
teus dentes,
mastiga minha
solidão,
engole meu
receio
e depois me
beija.
Encharca minha
mente,
minha natureza
selvagem.
Necessito de ti,
inunda-me, arrasta-me.
Em teus bancos
de areia,
Quero ser o teu
afluente,
tua bacia
hidrográfica.
Drena meu sangue
e faz-me tua corrente.
Mergulha meus
medos
e minhas
lágrimas.
Nos teus braços
eu quero
um acalento
voraz,
sedimenta então
minha dor.
Entrego-te tudo
o que me apraz,
nem que seja
para jogar-me nas tuas afiadas pedras.
Tua vazão já me
mataria
por não a
suportar.
Dói!
Mas ficar sem ti
é morte súbita.
Leva-me ou me
destrói!
Boca de abiu
Tua boca doce de
abiu
é ímã para minha
perdição.
Quanto mais eu
chupo,
mais me prendo.
Só deixo teus
lábios quando fico sem ar...
Regaço
A minha dor eu
carrego no baço,
meu nego,
ela só passa com
o teu afago.
A minha dor se
enraizou,
meu nego,
bateu o pé e
então ficou.
Pele fria não me
arrepia,
meu nego,
a tua tem é que
queimar a minha.
... Porque a
minha dor eu carrego no baço
e ela só vai
passar no teu regaço.
Makida
Ladrões de Marabaixo quentinhos
Vou transformar
teus closes errados em ladrões de Marabaixo.
Todo mundo vai
saber que pões os outros para baixo.
Então te
contenta contigo, meu nego.
Acaba com essa
de “vem cá, meu chamego”!
Makida
Herança inscrita em água
Samaúmas
flamejantes dançam
para os povos
indígenas massacrados pela cobiça do europeu,
para os negros
escravizados jogados no mar depois de Aberdeen.
O chão é o
mesmo, o rio é o mesmo,
todavia a
estrada de fósseis é invisível.
Vagas anciãs
dançam aos pés do menino,
que mundia a
Sucuri.
Vagas que o envelheceram
para a utilidade dos dias.
Carrapateira
qual foz em delta espalhou-se na alma,
misturando águas
claras às estrelas de argila.
Os olhos
magmáticos da mãe
espiam ao longe
as peripécias do menino,
que não teme os
bichos da noite, que execra o dia
e por mais que
se tente abraçá-lo,
já está
enovelado no manguezal de chumbo da vida.
Amarrado
Estou amarrado a
esta bacabeira,
mesmo quando a
água do rio sobe.
Minha missão é
aqui.
Deve florescer
mais uma alma pobre.
Continuarei sem
subir em palmeiras altas.
Há pouco
responsabilizava Deus pela irracionalidade do homem.
Inquiria o que
vinha primeiro, a existência ou a essência?
E esquecia-me de
que antes da missão vem o manguezal do delírio.
Hoje quero lama
para me batizar,
mangue para
afundar e renascer,
sentindo a
diferença de me livrar do peso dos erros e acertos
do passado que
reaparecer.
Ilhado
Calas os japiins
e os jurutis,
espalhas as
andorinhas,
depenas os
papagaios,
sangras as
samaúmas,
secas os tajás,
apodreces as
mangas e jambos,
matas
açaizeiros.
Mudas o curso
d´água,
trocas os
hemisférios,
esfrias os dias,
expulsas o sol
mais cedo.
Furas as caixas,
rasgas as saias,
tornas sórdidas
as açucenas,
afugentas os
botos,
tiras o brilho
das piabas,
afundas
batelões.
E continuo aqui,
deitado sobre a
palha,
subjugado
fazendo amor,
enquanto o
incêndio destrói toda a taba.
Aluvional
Todas as noites,
deito-me neste solo misterioso,
de identidade
perdida em véus anciãos.
Espero águas desconhecidas
subjugarem-me.
Ineficazes em me
arrancar pela raiz,
voltarão
frequentemente,
em tentativas
cada vez mais irascíveis.
Eis-me aqui,
corpo preso à várzea, pele una com a vegetação.
Vejo lagos
nascerem e morrerem
e estrelas
caírem
na minha pseudoimpavidez.
Ainda que o
corpo se desprendesse de suas raízes
- haveria uma
ação reflexiva aqui -
persistiria um
peso indizível, impronunciável,
que, não
impossível, um novo curso d´água compreenderia um dia.
Meu Povo, Minha
História
Dos
Aristés e Cunanis aos Galibis, Waiãpis, Palikur e Karipunas.
Do
Adelantado de Nueva Andaluzia ao povoado de Macapá.
Da
Capitania do Cabo Norte ao Território.
Do
Território ao Estado.
Da
Vila de São José de Macapá à Cidade de Macapá.
Do
Forte de Santo Antônio à Fortaleza de São José.
Dos
nativos aos escravos.
Da
Mazagão Africana à Nova Mazagão.
Da
Nova Mazagão ao Mazagão Velho.
Das
drogas do sertão ao ouro.
Do
Contestado à República de Cunani.
Da
República de Cunani ao Laudo Suíço.
Da
Lenda da Pororoca à Lenda da Pedra do Guindaste.
No
Amapá, histórias, lendas, mitos, pessoas, crenças, vidas existem...
E
ainda há quem diga que não...
Deve
ser porque nem toda história que alguns assistem
Passa
na televisão!
........................................
BIOGRAFIA TIAGO QUINGOSTA
Tiago
Quingosta, também conhecido como Le Gothique Morbidus, nascido em 11 de
setembro de 1987, na cidade de Macapá – Amapá, é servidor público, especialista
em Direito Processual Civil, escritor e poeta inspirado pelos autores românticos,
naturalistas, simbolistas e também de traços dadaístas e surrealistas.
Escreve
há mais de 13 (onze) anos e possui, hodiernamente, uma vasta obra literária,
mais de 1.500 (mil e quinhentos) poemas, sendo alguns escritos em inglês,
espanhol e francês. Outrossim, possui contos, fotopoemas, 1 (um) curta-metragem
poético em parceria com o Núcleo de Produção Audiovisual do Amapá – Imersio - e
outras produções.
É um dos membros fundadores da Associação Cultural Pena & Pergaminho –
P&P e é membro da Associação
Literária do Estado do Amapá – Alieap.
O
escritor e poeta foi eleito pela sociedade civil organizada (segmento da
Literatura) como Conselheiro de Cultura do Estado do Amapá, para o biênio
2015/2017 e reeleito para o biênio 2017-2019.
Participou
ativamente da 1ª e 2ª FLAP´s – Feiras do Livro do Estado do Amapá,
ministrando palestras, compartilhando saberes em mesas redondas, realizando
noites de autógrafos, participando de intervenções literárias, bem como falando
da poesia amapaense em escolas públicas do Estado, pelo projeto conhecido como
Rufar. Já participou, igualmente, da IV
FLIMAR – Festa Literária de Marechal Deodoro, Alagoas.
Já
flertou com o teatro, tendo participado dos Espetáculos O Sequestro do Monteiro (como curupira) e o Auto do Menestrel (como
menestrel), dirigidos por Tina Araújo e Daniel de Rocha em parceria com o
Centro Cultural Franco Amapaense.
O
Primeiro concurso de poesias que lembra ter participado ocorreu por volta de
2006, época em que havia ingressado no curso do Centro Estadual de Língua e
Cultura Francesa Danielle Mitterrand; foi organizado pela professora Maria José;
No Concurso de Poesias em Francês
conquistou o 3º lugar.
Teve
poesias suas selecionadas/publicadas na Antologia
Poética 2012, da editora Vivara e na Antologia
Brasilidades - v.5, da Câmara Brasileira de Jovens Escritores, bem como foi
selecionado e publicado na Antologia de
Microcontos de Humor realizada pelo Município de Piracicaba/SP. Igualmente,
foi agraciado pelo Governo do Estado do Amapá 2 (duas) vezes com o Troféu
Equinócio da Palavra, entregue, respectivamente na 49ª e 50ª Expofeira
Agropecuária do Amapá.
No
começo do ano de 2013, teve 5 (cinco) poesias publicadas na Agenda Arte Literária, do Grupo Poético
e Teatral Abeporá das Palavras. Em março do mesmo ano ficou em 3º Lugar no III Varal Literário do Encontro
Amapaense dos Estudantes de Letras. Ainda, No primeiro semestre de 2013,
juntamente com o poeta Rodrigo Ferreira, teve seu projeto do Livro Foz Florescente (OffFlip, Brasil, 2013) selecionado pelo concurso
cultural do Edital Simãozinho Sonhador, realizado pelo Governo do Estado do
Amapá, tendo lançado o livro intitulado com o nome do projeto no segundo
semestre de 2013, seu primeiro livro.
No
primeiro semestre de 2014 teve 5 (cinco) poemas selecionados para a VI Antologia de Poetas Lusófonos,
organizada pela cidade de Leiria –
Portugal.
Também,
teve 2 (dois) poemas selecionados na Antologia
Literacidade - Para amar em todos os tons: em rosa em roxo em rubi;
1 (um) poema no 4º Concurso Literário Pague
Menos; 1 (um) poema no E-book Verão
Caliente da Editora Três Macacos; poemas nos E-books Sete Estações Poéticas e O Mosaico dos Raros, ambos organizados
pelo poeta amapaense Marvin Cross; foi publicado na Coletânea Poesia, organizada pelo grupo Palavra é Arte no final de
2014.
No
primeiro semestre de 2015 teve seu conto “Alma equatorial” selecionado entre os
vinte melhores contos que compõem a Antologia
do Prêmio Rosa Negra de Literatura 2014/2015, da editora amapaense Rosa
Negra, e ficou em 9º Lugar no Concurso
Poético Galinha Pulando, organizado pelo ilustre poeta baiano Valdeck
Almeida de Jesus; teve dois de seus microcontos selecionados para a Antologia de Microcontos Fragmentos do Medo,
da Editora Três Macacos.
Ainda, no
primeiro semestre de 2015 recebeu o Prêmio
Poesia ao Vinho de Literatura, por
melhor declamação, premiação organizada pelo projeto amapaense homônimo. No
segundo semestre de 2015 ficou em 5º lugar na categoria adulto outras cidades, do
III Festival de Haicai de Petrópolis.
O autor também participa da I Antologia do Consulado da
Poesia: Quatro Estações, lançada no primeiro semestre de 2016.
No segundo semestre de 2016, mais uma vez, ficou
entre os 100 melhores poetas contemplados na Antologia das Farmácias Pague
Menos - 5º Concurso Literário Pague
Menos.
Em dezembro de 2016 lançou, juntamente com os
escritores Lara Utzig, Samila Lages, Rodrigo Ferreira, Genniffer Moreira e
Gûlval Auridan Júnior, o livro Trilogia
Poética: Os Opostos Existenciais (Chiado, Portugal, 2016).
No Primeiro semestre de 2017 lançou um
curta-metragem poético chamado Imersio
que produziu e dirigiu, juntamente com o Núcleo de Produção Audiovisual do
Amapá. No segundo semestre foi selecionado pela Editora Chiado para compor a II Antologia de Poesia Brasileira Contemporânea
- Além da Terra, Além do Céu, obra com a poesia de 1500 poetas brasileiros,
selecionados dentre 8.000. Em
novembro de 2017 teve seu curta-metragem poético Imersio selecionado para exibição na 14ª
edição do Festival Imagem-Movimento (FIM).
Já no primeiro semestre de 2018, lançou, através
da Alieap, juntamente com vários escritores amapaenses, a Antologia Poemas, Poesias e Outras Rimas (Scortecci, Brasil, 2018).
Em maio de 2018, juntamente com mais 39 escritores
brasileiros, foi selecionado para integrar a Antologia do V Prêmio Literário Cidade Poesia, promovido pela
Associação de Escritores de Bragança Paulista, concurso em que recebeu,
inclusive, menção honrosa. Ainda no mês de Maio, teve poesia selecionada pelo Prêmio Poesia Agora - Outono, da Editora Trevo.
Julho
de 2018 – Ficou em 3º lugar no 3º Prêmio Flor do Ipê, categoria
Poemas Adultos, organizado pela Universidade
Federal de Goiás – Regional Catalão e Editora Letras do Cerrado.
Agosto
de 2018 – Foi um dos organizadores do Fórum do Plano Estadual do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do
Estado do Amapá, evento
realizado pelo Ministério Público do Estado do Amapá que reuniu centenas de profissionais dos respectivos segmentos,
para aprovação do PELLLB, mais importante marco para as políticas do Livro,
Leitura, Literatura e Bibliotecas do Estado do Amapá.
Dezembro
de 2018 – Publicação da Antologia Jaçanã:
Poética sobre as águas, para a qual foi selecionado juntamente com 30
poetas da Região Norte.
Março
de 2019 – Lançamento da Antologia Pena &
Pergaminho, contendo poesias de 40 poetas do grupo. A
Antologia foi organizada por Tiago Quingosta.
Maio
de 2019 – Selecionado no 7º Concurso Literário Pague Menos.
Dezembro
de 2019 – Recebeu menção honrosa no II Prêmio Amazônia de Literatura.
Juntamente com a poeta Annie de Carvalho vem
apresentando o Recital Poético Liras e
Mocambos, no qual recitam poesias de poetas amapaenses da 1ª à 5ª geração.
Já apresentaram o Recital em vários eventos culturais da cidade, incluindo o
Macapá Verão e datas comemorativas da Literatura.
É autor de 6
(cinco) fanzines: Le Gothique Morbidus, Haicai, Darkness then light,
Alétheia, Heteronímia e Emoções de Dois Gumes.
O
autor publica suas obras em meio eletrônico, a saber, no blog http://www.aguasdolethe.blogspot.com e no Grupo Poético do qual faz parte,
Pena & Pergaminho, na rede social Facebook. Também as divulga na sua Página
Águas do Lethe, do Facebook, no site Recanto das Letras (desde 2005) e nos
grupos Poetas Amapaenses, Respingo, Gritos Poéticos, Castelo Literário e Arena
dos Poemas (Vitrine), sendo os cinco grupos referidos da rede social Facebook.
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