Nota:
Esta série vai prosseguir até que possamos publicar e registrar, em intervalos de 15 em 15 dias (mais ou menos!), neste blog, o maior número possível de novos poetas.
Esclarecemos que aqui não fazemos juízo de valor nem apreciação crítica (apenas a divulgação!), mas são livres os comentários e opiniões dos nossos leitores e internautas, desde que pertinentes e referentes aos textos -- e não ofensivos, é claro.
Esclarecemos que aqui não fazemos juízo de valor nem apreciação crítica (apenas a divulgação!), mas são livres os comentários e opiniões dos nossos leitores e internautas, desde que pertinentes e referentes aos textos -- e não ofensivos, é claro.
O conteúdo, revisão ortográfica e gramatical dos textos são de inteira responsabilidade dos seus autores, bem como o copyright.
Aguarde para breve mais um novo poeta!
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PAULO DE TARSO GURGEL
Nasceu em Caraúbas - RN em 23 de dezembro de 1952,
mas a 25 de julho de 1954 chegava a Macapá com os pais Raimundo e Blandina
Gurgel Praxedes.
Estudou no grupo escolar Barão do Rio Branco, IETA
e Colégio Amapaense.
Formado em História e Turismo pela Universidade
Federal do Pará.
Sua primeira poesia foi “Por quem choram as
crianças do Haiti?”, de janeiro de 2010, na época do terremoto naquele país.
Descobriu essa arte já na maturidade e frequentemente publica textos no seu perfil de Facebook. Paulo Gurgel é professor com vasta experiência e desenvolveu muitas atividades no setor de turismo no Amapá.
Agora, deixa sua contribuição a este Blog na Série Novos Poetas do Amapá!
Contatos com o autor:
Facebook: http://facebook.com/tarsogurgel
E-mail: tarsogurgel@bol.com.br
Poemas de Paulo de Tarso Gurgel:
A CASA DO REINO CELESTIAL
Juntos, isto mesmo, bem
juntinhos
Caminhávamos como dois
anjinhos
Numa aprazível estrada
do amor
Que eu mandara
construir
Para as nossas andanças
De uma paixão de cada
dia
Das nossas eternas e
doces lembranças
Percorríamos, livremente
Numa florida e
perfumada
Estrada de pétalas e de
flores
Eu e você, minha eterna
namorada
Violetas, margaridas e
bem-me-quer
Com as orquídeas, rosas
púrpuras e girassóis
Os cravos, as bromélias
e as jardineiras
Nos brindavam com suas
magias
E os seus belíssimos
encantos
Os lírios do campo e as
flores da arruda
Marcavam, também, este
grande momento
Circundando esta
paradisíaca estrada
Tínhamos magníficos
lagos dourados
Exuberantes cachoeiras
cristalinas
Planícies verdejantes
Calçadas lapidadas com
diamantes
Animais de uma saudável
natureza
Nos acompanhavam, nos
conduziam
Onde não muito longe,
porém, no infinito
Descortinava-se um
horizonte de extrema beleza
Borboletas azuis,
araras azuis
Cortejo de pavões com
as suas riquíssimas plumagens
Todos felizes
E, nós, ainda
Cada vez mais felizes
Cavalos brancos alados
Surfando de acordo com
a lei da gravidade
Deixando-nos mais
encantados
Nuvens brancas,
vermelhas e azuis
Coloriam o esplendor
daquela viagem
Muito agradável, muito
linda
Anjos, arcanjos e
querubins
Ao som das harpas e das
citaras
Executavam canções
celestiais
Irradiando de enorme
alegria
Os bosques e brilhantes
jardins
Pessoas sorrindo e se
abraçando
Negros, brancos e
índios
Adultos, jovens e
crianças
Mostrando um mundo
cheio de esperanças
Livres de convicções
políticas
Cada qual no seu credo
religioso
Como num toque
esplendoroso
Numa amável primavera
Eu quis, então,
declarar
O amor eterno e
maravilhoso
Que nos faz unir
E chamando as flores
por testemunhas
Através de uma poesia
Declamei aquele momento
abençoado
Ao longo de nossas
vidas
As palavras saíam,
espontaneamente
De repente, surge,
inesperadamente
Além daquele infinito
horizonte
Através de uma chama
inflamante
Uma bela voz iluminante
Compreendida em todos
idiomas
“Sejam bem-vindos
À Casa do Reino
Celestial”
Cumprimentamo-nos a
todos
Com aquele chamado
divinal
Naquele ambiente
sagrado
Ficou clarificado que o
paraíso
Para quem tem fé
É um eterno achado
Ele estará sempre
conosco
Subitamente, por um
segundo de instantes
Vi, naquela abençoada
multidão
Felizes para sempre em
um só coração
Raimundo e Blandina
Praxedes
Levemente, acordei
A Deus agradeci e orei
Foi um sonho de muita
emoção
Creio que um sonho
real.
Com o professor Antônio Munhoz e Paulo Tarso Barros no Museu Sacaca |
CHAPE, CHAPECÓ, CHAPECOENSES
Tantos sonhos não
realizados
Projetos interrompidos
não concretizados
Nas florestas verdes
colombianas
As montanhas sombrias e
estáticas
Marcam, tristemente, o
destino
Não estabelecido em
nossos propósitos
Chape, Chapecó,
Chapecoenses
Preparai-vos neste
sábado nebuloso
Para a despedida de
seus entes queridos
Tragicamente, retirados
do nosso convívio terreno
Para o mundo celestial
do Pai Eterno
Fisicamente, não
conseguimos o nosso título futebolístico
Espiritualmente, somos
vencedores
No nosso retorno trazemos
a taça da vitória
Que num gesto digno dos
esportes
A equipe de Medellin
nos honrou
Demonstrando o
sentimento humanitário do povo colombiano
O mundo do futebol
Apresentou a imensa
solidariedade
Ao povo brasileiro, em
especial ao Chapecoense
Chape, Chapecó,
Chapecoenses
Que o sacrifício
inocente de vossos filhos
Extensivo aos
profissionais da imprensa
E aos irmãos bolivianos
Sirva de exemplo frente
À ganância e
inescrupulosidade
Do homem a não
respeitar os desígnios da natureza
Neste momento difícil
Para vós Chapecoenses
Vossas lágrimas
irrigarão
Os vales férteis
catarinenses
Nascerão árvores
frondosas
Surgirão as flores da
primavera
Lembremos a mensagem de
uma música
Marcante nestes
momentos:
Seguremo-nos nas mãos
de Deus!
CHEGA
Com tanto desmantelo
Isto aqui tá uma grande
zorra
Na verdade umaporra
Melhor seria Sodoma e
Gomorra
Desligo o rádio,
desligo a televisão
E viva o país da
corrupção
Sinceramente, meu bem
Este não é o país que
tanto almejamos
As nossas futuras
gerações
Se é que algum dia as
tenhamos
Bem posicionados
estamos
No ranking das
economias mundiais
Sim, com tantas
desigualdades
A politicalha nos
envergonhando
Cada vez mais
É o descaso abissal da
saúde pública
Verdadeiros genocídios
nos chãos hospitalares
Num total deixa pra lá
das nossas pseudoautoridades
Grassa o sucateamento
das escolas públicas
O desrespeito total com
as nossas universidades
Até quando, Catilinas
dos podres poderes
Vós abusarás da nossa
paciência?
(plagiando Cícero)
O direito inalienável
de ir e vir
Há muito somos
prisioneiros em nossos próprios lares
Chega,
A questão da segurança
vai de mal a pior
Não tentem repassar
vossas incompetências
Ó Nobre Excelências
Para os fatores
externos
Façamos sem roubar, o
nosso dever de casa
Por que a
desvalorização gritante
Aos nossos abnegados
profissionais
É médico que não presta
Professor que vive nas
mordomias
Com altos salários e
tudo mais
Os funcionários
públicos vagabundos
É assim que está o
cotidiano
Do honrado e sofrido
brasileiro
Chega,
Da ditadura inepta desses
podres poderes
Discussão de super
salários
É jogar balhofas pra
galera
Está carcomido e
obsoleto
Este ridículo sistema
político do meu país
Gostaria de saber
Do Oiapoque ao Chuí
Em qual santa
instituição pública
O brasileiro
orgulhar-se-ia?
Palavra aberta a quem
de direito
Não sou a palmatória do
mundo, mas
Chega,
Há tempos que o
cavaleiro perdeu as rédeas
O barco está
titaniquizando
Sem leme, sem bússola,
sem comando
De vez em quando, por
ironia da história
Revive-se,
nababescamente, o último baile da Ilha Fiscal
Sabemos que o
brasileiro não cansa
Porém, seus princípios
éticos, estão cansando
Cristo, acendei para
esse povo
As últimas luzes da
esperança
Chega,
De tantas gastanças, de
tantas lambanças
Da falta de atenção
Com a tão cobiçada,
internacionalmente, Amazônia
Do sofrimento
vergonhoso
Que há séculos
Macula e assola o forte
povo do nordeste
Por onde anda a tão
propalada
E almejada reforma
tributária?
Um anseio inalcançável
Para uma distribuição
justa e igualitária
A todos os brasileiros
Quando, perfumados
parlamentares
Teremos a aprovação
Das simples medidas de anticorrupção?
Dormiremos sentados
Com as vossas sábias
enrolações
Já estamos bastante
cansados
O que será de uma tão
sonhada reforma política
Onde o instituto da
eternidade
Aliado a vitaliciedade
e hereditariedade
É um bem salutar de
vosmecês
Que “fazem”, “discutem”
e “elaboram”
A bel-prazer suas
próprias leis
Chega,
Acabemos com o escárnio
da reeleição
Não somente no
executivo, também aos parlamentos
Talvez, assim, extirpar-se-iam
os sabores da corrupção
Uma ideia utópica e
desvairada
Por que não instituir
Concursos públicos para
os cargos parlamentares
Extensivo a juízes e
desembargadores
Adeus meu nepotismo
querido
Tenho plena convicção
Que os honrados
senhores
Do Clube Nacional dos
Cabras Safados e Espertalhões
Nunca me representam
Jamais me representarão
Acreditamos, sim, que
um dia
Esta Pátria amada
gentil
Há de brilhar
Para a honra de seus
filhos
Nos caminhos da
igualdade
Da liberdade e da
prosperidade
Onde as cadeias
públicas
Seja um foro
privilegiado
Aos que têm no sangue
A arte sofisticada de
roubar
Nossas incorruptíveis
aves de rapina
Chega
De patos e de gatos e
de ratos
Perfumarem-se nas suas
banheiras de ofurô
Viva o Brasil!
Viva o povo brasileiro
e
Chega!
Com a professora Zaide Soledade |
CRIANÇA DA SÍRIA
Até quando a humanidade
Assistirá, inerte, ao
vivo e a cores
O teu desencanto
sombrio
Que amputa,
drasticamente
O teu sorriso inocente
Ouves falar dos
governantes
Que dizem estarem
preocupados
Com o teu futuro
Ou eles são mais uns
dos homens ignorantes
Que tens ao teu redor
Criança da Síria!
Para onde escorrerão
tuas lágrimas?
Por que teus amigos da
tua infância
Não se encontram ao teu
lado?
Para brincarem, para
correrem, para gritarem
Que será o que lhes
aconteceu?
Uma bomba os
estraçalhou?
Um barco inflável com
eles afundou?
Ou a ganância do homem
os aniquilou?
Criança da Síria!
Que fazes nesses
escombros?
E os teus pais por onde
andam?
Quem te protegerá dos
bombardeios insanos?
Ao dia, à tarde, à
noite
Até nos teus sonhos
perdidos das madrugadas
Será que as nações
amigas
Ou até as inimigas
Pensam na tua
felicidade
Será que os povos
civilizados
Nas suas infinitas
reuniões de paz
Não têm inteligência
humana
Para com a tua
sobrevivência
Será que os princípios
seculares
De uma revolução que
mudou o mundo
Não aplicar-se-ão nos
teus lares
Estes princípios, ó criança da Síria
São os direitos
fundamentais da humanidade
A igualdade, a
liberdade, a fraternidade
Quem sabe, o teu povo
num outro momento
Venha conhecer esses
inalienáveis direitos
Enquanto isso, criança
da Síria
Olha para o horizonte
Quem sabe os raios
solares
Possam trazer
iluminações
Aos homens de boa
vontade.
DECLARAÇÃO DE AMOR PARA MACAPÁ
Trago no
meu peito
E com todo
respeito
Aos meus
demais patrícios
O abraço
forte
Que vem do
norte
Acoplado e
turbinado
Pelas ondas
eletrizantes
Do meu rio
Amazonas mar
Energizando
os eternos amantes
Da minha
morena e bela Macapá
Prateada e
enluarada e iluminada
Pelo brilho
sagrado
Da espada
santa
Do meu
guerreiro São Jorge
(Esta poesia é em homenagem ao Dr. Jorge Wagner
Gomes, defensor das causas amapaenses e devoto do Santo guerreiro Jorge).
DESCULPE, OMRAN
Com a cara mais deslavada possível
É nestes termos que dirijo-me
A vossa ilustre pessoa
Interessante que neste momento
Nos nossos jantares nababescos
Tratávamos sobre o grande sofrimento
Um verdadeiro tormento
Por qual passa milhares de crianças
Além de mulheres, jovens e adultos
No seu magnífico país — a Síria
Lamentando, informar-lhe, numa boa
Que não vislumbramos os anseios de esperanças
Tão almejados pelo vosso povo
Uma taça de whisky, aqui
Uma champanhe mais à frente
Rolando solto o caviar
E você me aparece
Inocentemente e imponente
No nosso plasmático televisor
Teu ensanguentado rosto
Não nos remete ao amor
Não mexe conosco nem a contragosto
Para o seu domínio, ó meu ilustre
Voltaremos sempre a continuar
Com as nossas infrutíferas reuniões
Por debaixo dos tapetes frondosos
Dos nossos hotéis suntuosos
Aproveitamos, também, para discutirmos
A quantas anda a cotação positiva
Na bolsa de valores
Da lucrativa, mundialmente, indústria bélica
Porém, Omran, nesta noite
Perturbastes, profundamente, o meu delicioso sono
A altivez da tua imagem pueril
Contrastando com os teus sonhos mágicos
Do teu mundo livre e infantil
Subitamente, Omran, telefonei para os meus filhos
Pela internet eu os vi lindos e maravilhosos
Em algum parque de eterna paz
Lá no lugar onde eu moro
Extremamente pungente
Foi a tua força, Omran
Teu gesto inocente
Com as mãos empoeiradas
É de uma cena marcante
Mostras aos homens e ao mundo
Que o teu sangue derramado
Deixa qualquer governante
Do tipo arrogante e ignorante
A esconder-se no seu palácio encantado
Não demonstras a dor
Queres somente o amor
Quantos em suas grandiosas mansões
Por este planeta azul
Gritaram de vergonha
Choraram as suas negligências
Sentiram-se acovardados
Quiseram ligar para os seus amigos poderosos
Porém, não tiveram e não terão
Aquilo que você tem
A coragem vencendo o mal
Em busca da paz, em busca do bem
Omran, fique sabendo
Que neste planeta azul
Homens de boa vontade
Não temos nem a metade
Pensei, Omran, erroneamente, pensei
Que depois das cenas trágicas de Ailã
Numa fatídica praia da Turquia
A humanidade não voltaria, jamais
A assistir, nunca mais
Degradantes episódios de infanticídio
E para o seu governo
E para o nosso governo
A santa ignorância
Sempre será eterna amiga da ganância
Como não temos, Omran
A bravura da tua coragem
Contentamo-nos em ver tua imagem
Nos nossos brilhosos televisores
Tudo isto ao vivo e a cores!
Com o professor Munhoz e o radialista J. Ney |
ENCONTRO CASUAL, ENCONTRO SEXUAL
Quem diria minha
ex-doce vida
Que após longos e
tenebrosos invernos garretianos
Encontraríamo-nos nesta
perfumada masmorra
Sob os auspícios desta
locupletada assembleia
Eu, defendendo os
interesses internos
Dos meus
empreendimentos de orgias sexuais
Das badaladas Sodoma e
Gomorra
E vosmecê empurrando
pelos canos
Os distúrbios
orgásmicos da desvairada Pompeia
Então, minha ex-asquerosa
putassacana
São mais de vinte anos
Que não te vejo, que
não te desejo, que não te beijo
Aquele linguado na nuca
Para ficares bem maluca
Vamos fazer deste nosso
encontro casual
Um arretado e
lavajatado encontro sexual
Quando, naquele momento
do ponto G, minhas coxas
Resvalarem em tuas
suaves coxas
De tanto nos lambermos
Nossas línguas ficarão
roxas
Agora, nenê, o que
importa
Minha ex-flor da urtiga
Que o amor bateu as
nossas portas
Se a Inês é morta
Para ti farei uma bela
cantiga
Relembrando nossas
festanças
Com maravilhosas
gastanças
Patrocinadas nas
propinas e nos milhões
Pelo nosso imaculado
Clube
O Clube Nacional dos
Cabras Safados e Espertalhões
Parceiro exemplar das
nossas lambanças
De agora em diante
Em qualquer paraíso
fiscal
Longe ou distante
Vamos comemorar nossas
honradas traquinagens
Ainda lembro com o
coração radiante
Aquele presente que
marcava nossos belos instantes
Uma cunezeleira
ornamentada de diamantes
Para que sejamos
lavajatados
Eviitemos,
peremptoriamente, nossas comunicações
Que nos rastreiam até
os quinquilhões
Usemos o antigo
telégrafo sem o fio da navalha
Podemos utilizar o
Código da Vinci
A alta tecnologia do
Código Morse
Assim como as eternas
cartas de amor
Criptografadas nos
correios anti-espionados
Concluindo, minha
ex-amada desleixada
Da próxima vez que nos
encontrarmos
Não traz à la coté
Aquele espigado de um
carachuê
Porque meu bem
Nossos gritos, sussurros,
gemidos e grunhidos
São, exclusivamente,
meu e de vosmecê
AS ASAS DA TRAIÇÃO
Assim que resolveste arribar
Do aconchego do nosso lar
Tal qual um ave de arribação
Foi quando, então, acordei
Agora a quem tanto amei
Não saiu de mim andando
Saiu, minha gente, saiu voando
Resta-me neste momento
De grande aflição
Com um destemperado sofrimento
Salvar as deterioradas veias do meu coração
Ela, com certeza, deixou-me na esparrela
Fechei a porta, fechei a janela
Como eras linda
Com o teu sorriso mais lindo ainda
Não nego, não renego
Hei de esperar-te no meu aconchego
Para cada dia mais
Acariciar-te, beijar-te, desejar-te
E que nunca, minha mimosa
Crie as asas da traição
Oferecendo-te uma
perfumada rosa
Declaro pra você
Minha eterna paixão
LISTA FECHADA
Lista fechada é a lista dos golpistas
Lista fechada é a salvação dos corruptos
É a lista dos abutres e das aves de rapina
É a beatificação da propina
Lista fechada é o aval espúrio do caixa dois
Os interesses da coletividade ficam pra depois
Lista fechada é o apogeu da plutocracia
É o bel-prazer da cleptocracia
É o desrespeito à pureza da democracia
É a lista dos salafrários e dos ordinários
Aos eleitores otários
Basta os aplausos para os imbecis
Lista fechada é a lista arreganhada
Deste perpetuísmo político e obsoleto
Que norteia os quatro cantos deste país
De geração a geração dos vícios e corrupções
Asseclas da lista fechada
Não respeitam as mentes e os corações
Dos desabrigados, dos desempregados, dos desamparados
Hienas da lista fechada
Roubam os sonhos, a educação e a merenda escolar
Das crianças que, realmente, são o futuro do Brasil
Ouvi, lobos da lista fechada
O povo brasileiro não vota em partido político
Ressalvando-se raríssimas exceções
Neste país tropical partidos políticos
Surrupiam, escancaradamente, sem cobrir o rosto
As muletas e bengalas dos raquíticos e paralíticos
Partido político neste Brasil é um eterno desgosto
O povo brasileiro vota em pessoas
Sejam, conforme o grande Pastor
Pessoas de boa vontade
Um dia esta terra mãe gentil
Expurgará os honorários da lista fechada
Exterminará com o voto livre e consciente
Os associados do Clube Nacional dos Cabras Safados e Espertalhões
Àqueles que são chegados aos milhões
Basta para isto um bom sopro de um lavajato
Beneméritos da lista fechada
Esfregam-se, numa grande suruba, ardentemente
Nos altos escalões do peculato
Tais como o gato e o rato
Surfam como levianos, ardentemente
Nas ondas enlameadas e podres dos podres poderes
Não podemos, jamais, perdermos a fé em Deus
Pessoas de espírito humano e cristão
Conduzirão, num breve futuro
O destino dos filhos seus
Lista fechada é a lista da sem-vergonhice
Lista fechada é a lista da cretinice
Da maluquice e da babaquice
O Brasil não precisa deste tipo de gente
Extremamente imbecil, imoral e indecente
Lista fechada é um assalto político
Lista fechada é típica de golpistas
Lista fechada é um crime de lesa pátria
Deus salve o Brasil!
MACAPÁ DA SÁGRADA MARIA
Comecei a viver equinocialmente
As sensações místicas e apaixonantes
Do equinócio de outono
Obedecendo a lei da queda da maçã,
Gravitacionalmente
Abraçamo-nos, entusiasticamente
Beijamo-nos, calorosamente
Na linha imaginária que divide o globo
Você no Norte, eu no Sul
Nosso amor cada vez mais azul
Em Macapá, no meio do mundo
Numa asa delta como uma águia formosa
Sobrevoamos e admiramos e amamos
O majestoso Rio Amazonas mar
Através daquela imagem maravilhosa
Fomos abençoados com muita fé
Pelo nosso santo padroeiro São José
Protegidos pelos santos baluartes
Da nossa histórica Fortaleza (de São José)
O amor transforma-se em realeza
Aliada à exuberante natureza
Nesta terra que um dia
Foi o Adelantado de Nueva Andaluzia
No ritmo do batuque e do marabaixo
Amor acima, amor abaixo
Nossa paixão uma eterna alegria
Cantando um “ladrão” aqui
Roubando um “ladrão” ali
No espaiar da saia da morena
Perfumada pela flor d’açucena
Caso com a moça de branco, olé, lê
Acordo na efervescência do toque das caixas
Canto uma roda de marabaixo para você
Homenageando a Ságrada* Maria
Olô, olô...
* (A
palavra não é proparoxítona, entretanto, no saber cultural do nosso folclore
(marabaixo) para enfatizar a tonalidade musical ela é, propositadamente
pronunciada com a acentuação tônica na antepenúltima sílaba).
Obs. Esta
poesia é em homenagem a um dos baluartes da nossa cultura amapaense: João
Carlos Rosário Piru.
Ó LINDA, Ó LINDA
Morena das ladeiras de Olinda
Tú és muito massa
Nos conhecemos um dia
Morena cheia de graça
Através da simpatia
Do guia Fumaça
Ó linda, Ó linda
Morena das ladeiras de Olinda
Do meu amor por ti
Tende piedade de mim
Na ladeira da Misericórdia
Tende piedade de mim
Ó linda, Ó linda
Morena das ladeiras de Olinda
Nosso amor
Não vai correr nenhum risco
Vamos nos casar
Na igreja de São Francisco
E atravessaremos a linha do Equador
Ó linda, Ó linda
Morena das ladeiras de Olinda
Nosso amor teve um grande momento
Quando juntos rezamos
Quando juntos juramos
Aos pés e olhares de São Bento
Aos pés e olhares de São Bento
Ó linda, Ó linda
Morena das ladeiras de Olinda
Ladeira acima, ladeira abaixo
Vamos dançar o Marabaixo
Vindo de Macapá
Contornando teu corpo com o aroma do cajá
Te oferecendo a flor da arruda
Saudando e frevando com a Cadeiruda
Saudando e frevando com a Cadeiruda.
(Ao visitar Olinda (PE) em 30.05.2015 com o
casal Kelcione/Glícia, acompanhados do guia de Turismo Fumaça, após o lll Fórum
Mundial de Educação Profissional e Tecnológica, realizado naquela cidade.)
PAZ NO MUNDO DE JESUS
Anunciou que uma constelação
De Deus, de Deus
Receberia uma nobre missão
Que um menino viria ao mundo
Para salvar, para salvar
O bem espiritual da humanidade
Simples seria esta missão
Da constelação de muito sol
De muito brilho, de muita luz
Iluminar, iluminar
Os passos abençoados de Jesus
Para a glória do Deus Criador
A constelação e outros astros que brilham
Vivem a iluminar, vivem a brilhar
Os passos dos seguidores de Jesus
Ó estrelas do firmamento
Iluminai, iluminai
Aos homens de boa vontade
E paz no mundo
E paz no mundo
No mundo de Jesus
POROROCAS SUPERSÔNICAS
Ao te deixar naquele porto
As águas em ondas gigantes
Levar-te- iam ao teu destino
Fiquei a pensar
Logo existo e não desisto
Neste amor de desatino
Para quê te amar
Quando partes para horizontes distantes?
Não sei se estas ondas que te levam
Se elas serão capazes
De trazerem de volta o meu amor
Numa maresia de paixões fugazes
O barco que te levou
É o barco que me levará
Aos abraços e beijos molhados
Destas nossas ondas de enamorados
Não importa se em ondas amazônicas
Ou em pororocas supersônicas
O barco que te levou
É o que me levará
Onde surfaremos nas ondas amazônicas
Ou nas estrondosas pororocas supersônicas.
ROMÂNTICAS BOCA DA NOITE
Como num toque de mágica
Nada acontece de trágico
Vem chegando para a nossa alegria
A tão almejada boca da noite
Para dedicar todo o meu amor
Que tenho por você a cada dia
Neste momento de ardentes paixões
Na boca da noite
No nosso quentinho cantinho
Vou te encher de muito carinho
Com muito tesão
Percorrerei, amaciando
Cada pedaço deste corpo bronzeado
Como um caboclo apaixonado
Andarei pelas tuas curvas
Saltarei pelos teus encantos
Espero que esta boca da noite
Seja longa para este teu amado
Que eu fique a te admirar
Que eu tenha forças para te abraçar
Querida, nesta boca da noite
Imensamente, quero beijar tua boca
Que tem no hálito o sabor do bacuri
Que ela seja somente nossa
E de mais ninguém
E assim, meu bem
Que esta boca da noite
Não termine também
Para que eu possa
Para sempre te amar
Nesta romântica boca da noite.
Paulo de
Tarso Gurgel
tarsogurgel@bol.com.br
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