Marta Freire é natural de Afuá-PA, nasceu no dia 24 de fevereiro de 1973. Morou e estudou em Belém-PA, onde trabalhou como Assessora Parlamentar, mas desde 1994 é radicada no Amapá, quando foi aprovada no Concurso Público de Agente de Polícia.
Graduou-se em Comunicação Social com habilitação em
Jornalismo, na Faculdade Seama, e atuou na área pelo período de 6 anos
aproximadamente.
Marta Freire |
Posteriormente, também graduou-se em Direito, na Faculdade
Ceap.
Desenvolveu vários estágios dentro do órgão Ministério
Público do Estado do Amapá, dentre alguns, na Assessoria de Comunicação, na
PICC(Promotoria de Investigação Cível e Criminal), na Execução Penal e no Tribunal do Júri.
Desenvolveu trabalho monográfico experimental, lançando a
revista “Mundo Amazônico”.
Ela começou a escrever poesias aos 12 anos de idade e nunca
mais parou, pois é uma de suas maiores paixões. Seus poemas possuem variadas
temáticas, no entanto, sua linguagem literária sempre foi mais voltada à poesia
erótica.
Em 2008, chegou a apresentar à Associação Amapaense de
Escritores o livro “A Magia de Amar”, pronto para ser lançado, mas por ocasião
do destino, desistiu de tal publicação. Porém, agora sente-se em momento
oportuno e pretende fazer alguns lançamentos brevemente.
Faz parte da Associação Amapaenses de Escritores-Apes.
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Contatos com a autora:
Nota:
Esta série vai prosseguir até
que possamos publicar e registrar, em intervalos de 15 em 15 dias (mais ou
menos!), neste blog, o maior número possível de novos autores. Aguarde para
breve mais um novo poeta!!!!
Tantas
Faces, Por Tantas Fazes
O passado passou,
O presente chegou,
Despida de ontem,
Vestida pra hoje.
E agora, é dele que vou
cuidar,
É a ele que vou me
dedicar,
É pra ele que vou me
entregar:
Presente!
Vou me transportar pra
sua mente,
Me entrelaçar em seu
beijo,
Delirante, saliente,
ardente,
Tudo muito prepotente.
Vou adentrar em seus poros,
Bailar em seus olhos.
Sua alma, seus peitos,
Seus feitos...Tão
perfeitos.
Vou me embriagar em seu
suor,
Me envenenar sem dó,
Com suas carícias,
Loucuras, manias,
Molhado de malícias.
Vou-me envolver em seu
lúdico,
Em seus desejos,
Suas lacunas,
Vontades...
Pescoço, língua,
vaidade,
Nada de verdade.
Vou te arrancar
suspiros,
Me realizar em seus
risos,
Gemidos, sussurros,
gritos,
Desespero, ruídos
feridos.
Vou me deleitar no
enigmático
Te fazer o meu presente
futuro,
E tudo mais puro,
Ou quem sabe o meu
futuro
Presente todo indecente,
Depende da minha
E de sua mente.
Quem sabe assim,
Podemos viver,
Desse jeito,
Pra sempre,
Envolvente, eternamente,
Somente, mente, faces,
Oníricos, cínicos
corpos, fazes,
Enlaces...
Tudo brilhante,
Vibrante,
Volúpia, contraste,
Perto, dentro,
Mas não se afaste,
Meu presente,
Minha face,
Meu enlace.
Lua Nua
A noite escura,
Eu e a lua.
Ela toda nua,
Pura e crua.
Meus olhos,
Na mente, suaves sonhos,
No rosto, choros
risonhos,
Na alma, embalos
medonhos.
Foram tantos anos,
Mil planos,
Lúcidos e insanos.
Desvairados brilhos,
Entrelaçados em
incógnitos trilhos,
Caminhos, meus, teus
filhos.
A te olhar,
A te comtemplar,
A te amar,
A sofrer,
A chorar.
E esta devassidão,
Esta escuridão,
Em lua cheia de
iluminação,
Por que tanta solidão?
Choro antecipado,
Coração apertado,
Grito em lágrimas
afogado,
Espírito sacramentado.
Oh Lua,
Por que vens assim tão
nada minha,
Toda sua?
Isso não é justo a dor é
minha,
E a alegria é sua...Só
sua rainha.
Fique ai no seu espaço,
Aliás, você deve ter
tantos espaços.
Que eu estou aqui em
pedaços,
Em meio a muitos
estilhaços,
Porque a minha alma
perdeu os traços,
E o meu corpo ficou sem
os seus braços.
Portanto lua, não mais
posso dar-te abraços,
Restaram-me apenas os
frágeis soluços,
Porque perdemos os mais
lindos laços.
Voz da
Alma
Voz que caminha comigo,
E calada soa aos meus
ouvidos,
Ecos de murmúrios e
gemidos.
Voz de gosto,
Gozo de prazer,
Sem eu pedir,
Com o meu querer.
Voz que fala à
distância,
Não mede elegância,
Me deixa sem saída, em difícil
circunstância.
Voz que me joga em teus
beijos,
Louca de desejos,
Entregue aos teus
manejos.
Voz que fala o que eu
quero,
Faz sentir, o que eu não
quero,
Me coloca dentro do que
eu quero e não espero.
Voz que me conduz,
Que me confunde,
Que me induz,
Em direção, não sei se;
ao escuro ou à luz.
Anjo
Sem Asas
Sem medo da noite,
Sem receio do escuro.
Imposição? Não! Escolha
imputável!
Agora só resta
brilhar...
Se for estrela; até no
obscuro,
Te farei impuro,
E ainda assim volto e te
procuro.
Se for fogo; até durante
o dia,
Te envolverei na minha
melodia,
Mas não voltarei pra
contigo fazer moradia.
No entanto, se virar
brasas,
É melhor você criar
asas.
Ou te fixarei num sonho
inseguro,
E jamais meu Anjo,
voltarás a ser puro,
Ou então, escolha a
insólita solidão do seguro!
Musa do
Samba
Brinque com ela,
Faça ela sorrir,
Falar,
Desabafar.
Ela foi em busca da
noite,
Você a levou pra ver a
lua,
Presença toda sua.
Você apresentou-a ao
mundo diferente,
Brilhos, glamour, sereia
e serpente,
Ao mesmo tempo, na mesma
vertente.
Mesclagem de mítico e
real,
De fantasias e sonhos,
De culturas e
esculturas.
Tudo muito colorido,
Da cor deste paraíso,
Que está sendo
esculpido.
Noite de viajantes,
De brincantes,
De embaixada,
Entre um carro e outro,
Uma cantada,
Bem encaixada.
Na avenida
No barracão,
No cassino,
Sem casta,
Na corda bamba,
Moça, você está em meio
aos artistas do samba.
Faça ela sorrir outra
vez,
Ela é só uma ilusão,
Que faz alusão ao
coração.
Homem
de Farda
Um Deus grego, um
príncipe,
Um belicoso, um herói
cheio de pertinácia,
Tácito, de pouca
falácia.
Um guerreiro em seu
trono,
Repleto de encantamento,
Todo seu dono, um
patrono.
Uma tropa inteira e só
um fascínio,
Uma atração muito viva,
arrebatamento,
Total domínio.
Olhar tentador,
Talismã atraente,
Guerrilheiro sedutor,
Um perfeito voador.
Sortilégio de boca,
Física sedução,
Deslumbrante tentação.
De costume ingênuo,
inocente,
Instigou uma invasão
insana,
Insólita e recente.
Em seu voo tão alto,
Me prometeu as estrelas,
No deleite iniciático em
um profundo salto,
Me presenteou às
galáxias.
Sem limite,
Marco final,
De um início de uma
viagem real.
Sem qualquer receio,
Eu me deixei adentrar
naquele meio,
Um comandante erudito,
sábio, societário,
Que têm sólio,
E lentamente me levou ao
seu mundo nada ilusório.
Anjo de
Verdade
Quando a alma de um anjo
sangra,
O espírito padece,
adoece.
Bem aventurados os
brandos,
Sem violência,
E pura inocência.
Quando a asa de um anjo
é quebrada,
A matéria é violentada,
Destinada,
Crucificada.
Embora ferido,
Agredido,
Um anjo é pacífico,
Calmo, brando,
E continua amando.
Um anjo é abençoado,
Doce e moderado.
Nele só habitam
virtudes,
Mansuetudes.
Num anjo a afabilidade,
É sintoma natural, real
e leal.
Ele é revestido de
paciência,
E no seu interior, de
benevolência.
Um anjo é feito de
caridade,
De humildade,
De fraternidade.
Num anjo,
Não há lugar para a
maldade,
Ele é feito de pura
bondade;
Quando é um anjo de
verdade.
Pacto
Um pacto tácito,
Vozes politeístas,
Você e eu novamente,
No corpo,
Na alma,
Na mente.
Insólitos,
Iniciáticos,
Términos,
Térmicos.
Anos de inocência,
De ingenuidade,
De malevolência,
De possessividade,
Sem limite,
Sem idade.
Pensas em qual
possibilidade,
Meu Anjo de muita idade?
Mas mantenho a minha
polidez,
Contenho a minha
timidez,
E continuarei cortês,
Pois já visualize a
minha vez.
Porquanto, vá se
agarrando,
Em meu pranto,
Se envolvendo em meu
manto,
Se apoiando em peito
santo.
Já que o seu deleite,
Só ocorre em meu íntimo
tanto.
Furacão
em Chamas
De dentro do íntimo,
Liberto um furioso
furação em chamas,
Gemidos de arrebatadora
paixão,
Total êxtase,
Deslumbrante de ilusão.
Mas atiro à multidão.
Que agora venha o fogo,
Isolado da paixão.
Porque o fogo vai
queimar,
E a paixão vai terminar
de apagar,
E nunca mais essa chama
vai amar.
Marta Freire |
Voo
Perigoso
Sou solta, suave,
No teu intimo sou solta,
Na tua boca sou suave.
Voo livre,
Crio asas,
Sem receio,
Sem armas.
Nesse voo atrevido,
Te invado,
Te inibo,
Te embriago,
Te decifro,
Te decido.
Vem voar comigo,
Nesse voo violento,
Esse amor de perigo,
Raso, profundo,
Cheio de elemento.
Vem me prende contigo,
Vou te prendo comigo.
Te desafio;
Um amor pra casar,
Ou um amor vadio.
Incógnita
Por que mesmo em meio a
tanta dor,
Você sempre dá um jeito
de me fazer sorrir de amor?
Por que com desdenho, me
empurra para o fundo do abismo,
E depois entre furtos,
malícias e surtos de generosidade,
Me estende a mão, com
vontade louca de despertar a paixão?
Me pega em teus braços e
com brilho repleto nos olhos,
Me arrebata sutil e ao
mesmo tempo violentamente,
Para o seu mundo
imperioso, impenetrável, amável...Porém, instável.
Por que traz de volta o
amor em mim,
Sempre quando me dou à
certeza, de que chegou ao fim?
Queres provar o que pra
mim,
Que enquanto existires
perto, não saberei o que será de mim?
Silenciosa Voz
E este silêncio,
Que dentro de mim grita,
Ensurdecendo o meu
vício,
Riso malício.
A minha voz ausente,
Que calada de dor
cessou,
Nunca mais se fez
presente.
O meu minucioso olhar,
Que mesmo vedado,
No momento exato,
Saberá o que executar.
E somente com ele,
Tão somente com ele...
...Te devorar,
Te envenenar,
De tanto amar,
Até o total invólucro,
Se eternizar.
Vícios
Quando uma pele se vicia
em outra pele,
Quando um espírito se
apaixona por outro espírito,
Quando uma volúpia
impetuosa de um corpo seduz outro corpo,
Quando as químicas se
misturam,
Quando as almas se
entrelaçam
Não há nada que os
separe,
Só lanças que dançam.
Fênix
Amanhã será o seu dia,
Mas antes; hoje, foi o
meu!
Derrubei uma muralha,
Fiz um canalha.
Renasci das cinzas,
Em meio a tantas gingas
ranzinzas,
Arranquei risos, gritos,
Matei muitos mitos.
Brinquei com anjos,
demônios,
Gregos e troianos.
Fui eu, fui ela, fui
ele, fui você!...
...Eu fiz e fui feliz.
Encontro
Essa foi a nossa visão,
Lua linda, brilhante
ilusão.
Teus olhos,
Meus sonhos,
Teus lábios risonhos.
Antes, a parte,
Uma arte.
Os corpos,
Sem focos,
Loucos de gostos,
Envoltos e revoltos.
E no meio da noite,
Tantos quantos...
Olhares, de ares...
Toques, de choques.
Peles,
Bocas,
Nossas,
Vossas.
Um só mundo,
Duas vidas,
Mil desejos,
Milhões de coisas
vividas proibidas.
E lá se foi você,
E aqui estou eu.
E aquele beijo ficou,
Você me deu.
E se formou,
Um universo secreto
entre você e eu.
Porque você carregou o
meu,
E eu fiquei com o teu,
Lamento, mas a solidão
nos perdeu.
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