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9 de nov. de 2016

SÉRIE NOVOS POETAS DO AMAPÁ 8 - RODRIGO FERREIRA



Nota:
Esta série vai prosseguir até que possamos publicar e registrar, em intervalos de 15 em 15 dias (mais ou menos!), neste blog, o maior número possível de novos poetas. O conteúdo e a revisão gramatical dos textos são de inteira responsabilidade dos seus autores.


Aguarde para breve mais um novo poeta!!!!

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JOIA

As Minas que te guardam, pedra rara,
Gerais são tão profundas, tão distantes,
Isolam os tesouros mais brilhantes...
Oh, nada nesta terra se equipara

Teus olhos, teu sorriso que me ampara,
Valem mais (muito mais) do que diamantes
Meus esforços por ti são incessantes
Quero-o de volta, amado, cara-a-cara

Mas os teus montes, aos montes, te isolam
E, mesmo sem saber, eles me imolam
Afastam-me de tua preciosidade

Pois sabem que tu és maravilhoso
E que perder humano tão ditoso
É erro para toda eternidade

Odisseu Castro

SORRISO FLUTUANTE

Flutuando por tua fronte
Refletindo todo teu ser
Bolhas e mais bolhas
Multiplicam teu sorriso

Sorriem para mim
Dançam para mim
Num colorido balé de sabão

E estouram por não aguentarem
Tanta beleza
E estouram por não suportarem
Tanta graça

Espalham-se pelo ar
Levam tua singeleza

E eu corro atrás delas
E eu brinco com elas
Mas são tão frágeis
Não me deixam prendê-las

Só me resta esperar
Na minha mão uma pousar
Refletindo o teu sorriso
Espalhado pelo ar

E estourar
De tanto te mostrar.

Odisseu Castro



OLHAR DA MADRUGADA

Eu lembro desse olhar e penso:
Que sorte que tenho dele me olhar
Perdido nesses dois universos
Dois buracos negros que tudo tragam
Que me tragam logo você

É tudo o que mais quero nesse instante:
Olhar teus olhos sobre mim de novo
Enigmáticos e tão sinceros porém
Impressionados com todo o novo

O sorriso mais lindo: vem de ti
O perfume mais belo: meu jasmim
Ele está preso ao teu pescoço
Na pele desses braços que me abraçam

Então que seja breve o tempo presente
E venha o futuro e venha a gente
Não vou dormir mais nessa madrugada
Lembrar do teu olhar tirou-me o sono.

Odisseu Castro

METAS

Quando as pernas fraquejam na pisada
Quando os olhos fecham na poeira
Tateio o ar às cegas mas meu sonho
Está bem claro para mim: és tu.

És tu que busco no fim do arco-iris
Aquela luz no final do túnel
O sonho realizado depois da luta
O beijo de amor que me fará acordar

És tu os planos que faço na prancheta
O investimento de todas as moedas
O tempo ocioso do meu relógio
A razão dos poemas mais bobos

Só quero ter de volta o melhor sorriso
E aquele toque que esquecer não posso
O teu perfume sempre inesquecível
A maior loucura da minha vida

Odisseu Castro.

PEDAÇOS

Resvalo o dedo meu sobre teu corpo
E como um ímã sobre ferro fundido
Meu ser se prende ao teu de bom agrado
Forçar nem tento, te soltar não quero

És belo e teu olhar me atordoa
O canto das sereias não mais iludem
Que o teu riso ao ar sendo levado
Pelo travesso Zéfiro aos meus ouvidos

Teu perfumado, à rosa, faz inveja
Teu brilho ofusca mais que o próprio sol
Ô perfeição maior que a de Narciso
Quem é Narciso, afinal, nesse poema?

É para ti, apenas, para ti
Estes versinhos, bobos, edificados
Nas lembranças de meu peito e mente
Saudade de estar contigo já me bate

Odisseu Castro

TALVEZ VOCÊ NÃO SAIBA

Talvez você não saiba
Talvez nem pense nisso:
Que é o seu sorriso
Que faz o meu sorrir

Talvez você não saiba
Talvez sequer se importe
Mas são teus olhos, com sorte,
Que fazem os meus abrirem

Talvez você não saiba
Que suas palavras diárias
São muito mais necessárias
Que o retorno divino

Talvez você não saiba
Meu peito bate em canção
Ao teu nobre coração
Cheio de amor para dar

Talvez você não saiba
Talvez não esteja na cara
Mas este poema escancara:
Por causa de ti, eu existo.

Odisseu Castro


Tiago e Rodrigo em evento literário


PRESENTE EMBRULHADO E ESQUECIDO

Seu presente ainda está guardado
Embrulhado no papel pardo
Com sua fita vermelha favorita
Você nunca virá buscar
A felicidade está ali
Contida
Presa por um laço
Que eu não tenho coragem
De desmanchar
A fina textura do papel
Lembra a tua pele 
No último dia em que eu a toquei
E as lágrimas que derramo sobre
Nosso suor se misturando
Tantas lembranças que me traz
O pequeno embrulho esquecido
Bastante mal embalado
Mas, com amor, todo feito
Para você e apenas para você
Que nunca o virá buscar.

Odisseu Castro

SORRISO

Eu vejo o teu sorriso desenhado
Tão sereno entre as maçãs do rosto
Formando a perfeição mais atraente
Aos olhos deste bobo encantado

Eu fecho os olhos e teu sorriso reluz
Na minha mente, no meu peito
Dentro de mim é tudo alegria
Sorrindo vou seguindo para o leito

Mesmo em sonho eu não deixo de ver
Quão belo é teu sorrir a mim voltado
Acenando para um contato de lábios

E acordo com teu beijo delicado
Com teu riso de gargalhar mais gostoso
Não há como não ficar enamorado.

Odisseu Castro




INDESEJÁVEL

Vontade de lançar-me sobre as águas
Ser tragado por ela, não voltar
Desbravar o seu profundo abissal
Ser um pedaço homem, pedaço mar

Mas sujaria o leito algum momento
Com meu corpo tão cheio de pecados
Por destruir o peito a qual morava
Peito de amores nunca desbravados

Sinto-me só. A luz do candeeiro
Não demorará a me negar seu brilho
Não há mais sentimento verdadeiro

Quem dera eu me lançar e não voltar
Para aprender eu precisei errar
Nada no mundo é eterno. Nem o amor.

Odisseu Castro

VONTADE DE PROVAR DESSES TEUS LÁBIOS

Vontade de provar desses teus lábios
Equidistantes dos meus por muitas léguas
Queria poder recebê-los por carta
E tocar tua pele como meus dedos o papel

Vontade de provar desses teus lábios
E sentir a ambrosia que corre por eles
Guardá-los dentro de mim, dentro do peito
Apenas para o meu doce desfrute

Sou egoísta, oh, quão possessivo sou
Mas não me culpe, amado, pelos meus atos
Ficar viciado em ti foi muito fácil
Quem não ficaria carece de alguns ajustes

São os teus lábios, fascinantes, que me prenderam
Foi teu sorriso, amoroso, a seduzir
Esse que escreve, corrido, fracos versinhos
Para dizer: vontade de provar desses teus lábios.

Odisseu Castro.



BIOGRAFIA

Rodrigo Almeida Ferreira começou a escrever seus primeiros poemas aos 16 anos, quando conheceu a Literatura e o fazer poético em seu ensino médio. Identificou-se com as escolas literárias clássica e árcade, criando sob a influência desta o pseudônimo Odisseu Castro, nome com o qual sempre assinou seus versos.
É formado em Letras pela Universidade Federal do Amapá e Bombeiro Militar.
Possui mais de duzentos poemas escritos, além de contos, crônicas, participações em e-books e um romance engavetado. Faz parte do grupo poético Pena & Pergaminho em Macapá e compartilha seus escritos no blog http://itacadeodisseu.blogspot.com.

Foz Florescente é seu primeiro livro de poesias, em parceria com o poeta Tiago Quingosta.

O poeta Bombeiro



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