A LITERATURA NO AMAPÁ
NAS DÉCADAS DE 50 E 60
Fac-símile do Jornal Amapá (12 de julho de 1960) que registra o lançamento da antologia em Belém - PA |
O pós Segunda Guerra Mundial gerou um contexto cultural efervescente em quase todas as partes do mundo. Os ares de liberdade e os sentimentos de paz embalados
por um período de serenidade política, estimulavam a produção artística e
intelectual. É nesse contexto que arregimentados pelo governo do Território para
compor o primeiro escalão Álvaro da Cunha, Aluizio da Cunha, Alcy Araújo, Arthur
Nery Marinho e Ivo Torres se estabelecem em Macapá. Acostumados às atividades
"cultas" da vida intelectual como o cinema, o teatro, a música, as letras e as
artes plásticas, encontraram uma sociedade emergente ainda adormecida para estes
aspectos. Talvez pressionados pelo obscurantismo e temendo o isolamento e o
ostracismo, tomaram então diversas iniciativas utilizando a própria burocracia
do Estado para fomentar espetáculos e entretenimentos de massa disseminando a
cultura na vida cotidiana dos novos amapaenses. A partir de então surgiram os
ateliês de escultura e pintura, apresentações das mais diversas companhias
teatrais, concertos, círculos folclóricos e as noites lítero-musicais, ao mesmo
tempo em que começavam a surgir os primeiros recitais de poesias onde eram
apresentadas a produção local.
O sociólogo e escritor Fernando Canto confirma que "durante a década de
cinquenta e parte da de sessenta, o que se viu no Amapá no aspecto literário,
foi um esforço sobre-humano dos intelectuais da terra para que os trabalhos das
pessoas de talento fossem projetados além de nossas fronteiras, a fim de receber
críticas e se consolidar no cenário nacional. Poucos conseguiram o objetivo. Do
grupo de burocratas-escritores que ser formou, apenas Alcy Araújo, Álvaro da
Cunha e Ivo Torres tiveram renome."
Há que se incluir também nesse rol, o poeta Arthur Nery Marinho, que figura em
duas grandes enciclopédias brasileiras.
"Não se pode negar os esforços que fizeram os primeiros poetas, escritores e
jornalistas que aqui tentaram dinamizar a cultura e com isso chegando a
influenciar muitos dos que hoje estão numa posição de destaque dentro do Amapá",
diz Fernando Canto.
Logo o movimento extrapolou para os meios de comunicação de massa. Surgem os
órgãos de divulgação cultural, jornais e revistas e programas de rádio. A
primeira iniciativa editorial nesse aspecto foi a revista Latitude Zero fundada
em 1952 por Álvaro da Cunha, José Pereira Costa e Marcílio Viana. Era uma
publicação de vanguarda que nada deixava a dever as outras revistas literárias
do país. Apesar de sua importância histórica teve vida efêmera.
Com a chegada do escritor carioca Ivo Torres em 1957 é lançada uma nova revista
do gênero, a Rumo, que chegou a circular em todo o Brasil e contava com
correspondentes em vários Estados. Considerada uma publicação de qualidade, foi
identificada por críticos literários e renomados autores como um órgão de
difusão cultural dos mais importantes do país. A revista que trazia artigos e
reportagens enfocando os mais importantes movimentos artísticos e culturais do
Amapá, do Brasil e do exterior, inseriu a cultura amapaense no contexto
nacional. Suas páginas recheadas de teatro, música, folclore, sabedoria popular,
eram frequentadas por ícones da época. A Rumo foi uma das revistas do meio
intelectual a dar projeção para diversos escritores locais e modernistas no país
inteiro. O escritor Fernando Sabino, foi um dos entrevistados de Rumo em 1959 em
Minas Gerais, assim como o caricaturista do Rio de Janeiro Appe, uma das
estrelas da revista de informação "O Cruzeiro". Por causa de sua envergadura a
revista Rumo chegou a ter projeção internacional.
"A Rumo conduz e explica o Amapá", chegou a escrever o ensaísta Osório Nunes .
Uma crítica publicada no suplemento literário do jornal "Diário de Minas" em
outubro de 1958, assim se expressou sobre a revista: "Encontramos suas raízes na
Semana de Arte Moderna. A sua vida constitui um resultado de descentralização
cultural que houve a partir daquela data e que cada vez se acentua. Se fôssemos
um Carlos Drumond, Mário de Andrade, um Vinícius de Morais ou Anibal Machado,
nada nos alegraria mais do que nos saber lido lá pelos confins do Brasil, no
A promoção do debate levou a revista a criar outros mecanismos de apoio a
produção literária. E assim nasceu a editora Rumo, que viria publicar em 1960 a
antologia Modernos Poetas do Amapá, o livro Quem explorou quem no contrato do
manganês do Amapá, de Álvaro da Cunha (1962) e Autogeografia, livro de poesias e
crônicas de Alcy Araújo (1965). A revista Rumo também deu origem ao Clube de
Arte Rumo, que reunia os poetas, pintores, músicos e artistas de teatro para
discutir o que se fazia no Amapá e no Brasil no campo da literatura, da música e
das artes cênicas e plásticas. Ao mesmo tempo em que promovia concursos de
crônicas e poesias na busca de novos talentos.
OS AUTORES
O primeiros poetas do Amapá, enquanto unidade socialmente e geograficamente
definida, vieram de uma fase revolucionária da arte literária do país – a escola
Modernista. Apesar de todos os cinco escritores terem incluído em sua produção
literária as questões referentes à cultura amazônica e aos costumes locais, Alcy
Araújo e Álvaro da Cunha são citados por vários autores como os dois
representantes com maior contribuição social em suas obras.
"Era uma interpretação geográfica e social do Amapá, observando sempre as
questões do vir a ser, de uma sociedade que estava emergenciando. Era uma
proposta até mesmo radical de esperança. O trabalho deles foi muito importante
para que a gente tivesse entendimento do que é mesmo o Amapá", observa o
sociólogo Fernando Canto.
Embora tivessem origem em sociedades mais velhas, seu problema como indivíduos
não era o de participar da organização de uma nova sociedade, mas o de
ajustar-se a um padrão de vida em grupo que, desde muito tempo, já havia se
cristalizado aqui. A análise da produção literária demonstra que a conduta
social foi totalmente adaptada à forma social existente. São escritores que se
por um lado não produziram obras com um discurso ideológico franco, aberto, por
outro procuraram incorporar, em níveis muito profundos do texto, uma
heterogeneidade cultural, sobretudo elementos das chamadas culturas populares,
indígenas, negras e mestiças.
O fato de estarem inseridos num contexto em que a produção literária surgia em
meio a um contexto cumulativo de funções, uma vez que precisavam cumprir suas
tarefas como burocratas do Estado, resulta em obras pontuadas de solicitações do
cotidiano.
Num tempo em que livros eram praticamente instrumentos de uma pequena elite, o
jornalismo passou a ser utilizado como uma forma de intervenção social. Naquele
momento o jornalismo tinha mais importância do que a literatura porque ajudou a
criar o impacto para despertar a sociedade mexendo com as pessoas. Para haver
literatura era preciso um conjunto de coisas funcionando a um só tempo: crítica
literária, leitores, debate, produção de livros, escolas... como um conjunto de
elementos articulados. Daí a necessidade e a pertinência da revista Rumo,
responsável pela articulação de todo um movimento que se consolidou com a
projeção da obra intelectual do grupo de escritores para além das fronteiras do
Amapá.
Alcy Araújo
"Um homem totalmente integrado ao seu tempo e que, mesmo insulado no extremo norte do Brasil, conseguiu superar as limitações e as restrições de também servir a governos autoritários e pôde fazer literatura das boas, pois dispunha, é verdade, de farto material humano e uma experiência de vida bastante dolorida.
Da infância sofrida de menino pobre e que desde muito cedo começou a trabalhar ficaram-lhe lembranças que ele carregaria por toda a vida e recordava em muitas passagens da sua obra" (Paulo Tarso Barros).
Nasceu na Vila de Peixe-Boi (PA) em 7 de janeiro de 1924. Em 1953 chegou ao Amapá para assessorar o governador Janary Nunes. Exerceu no Amapá cargos de relevo. Contudo, a mais importante contribuição de Alcy Araújo ao Território deve ser aferida pela sua intensa e constante participação na vida intelectual e artística regional – tanto através da imprensa, do rádio, da televisão, como nos demais instrumentos e instâncias da cultura amapaense.A poesia de Alcy retratava a auto estima e a esperança do povo que habitava "a terra em formação na Latitude Zero". Poderia também ser traduzida como uma
paisagem do cotidiano.
LEGENDA II AO MOMENTO QUE PASSA
Ser desta geração...
Eu e a minha mocidade duvidosa de um quarto de século.
Mocidade que envelheceu porque não pôde
estacionar um minuto sequer
dentro da época.
Já não se pode fazer poesia
porque as praças de piquê, no Mundo,
podem tocar reunir
para atacar e defender a LIBERDADE
simultaneamente.
Ó sensibilidade de Deus,
dai-nos um momento de sossego
que é preciso fazer um verso simples
pra namorada romântica.
O poeta adota outro cais (fragmento)
O poeta aguarda o nascimento
fumando mil cigarros
à porta da maternidade do progresso
Poeta vendo o rio (fragmento)
Pela janela olho o rio
Rio largo barrento
indo para o mar
Rio de todo dia
em minha paisagem exterior
Minha Poesia (fragmento)
Pois aqueles seios amamentara
a caboclinha suja e descalça
que vai com a cuia de açaí
no meio da rua poeirenta!
Cuidado, senhor, para o seu automóvel
não atropelar a menina!
O Poeta Adota Outro Cais (fragmento)
um navio imenso fecundando as entranhas
de outros navios menores,
na cópula pesada do minério.
"Em Autogeografia, livro publicado pós-golpe de l964, é possível detectar todas
as angústias, desencantos e revoltas que sacudiam alma sensível e carinhosa do
poeta. Apesar do forte discurso literário, mesclado de dor, percebe-se
facilmente a presença de ternura: ele pretendia ser "apenas terno", sendo essa
uma das palavras-chave da sua obra", diz o presidente da Associação Amapaense de
Escritores, Paulo Tarso.
Na avaliação de Tarso, Alcy Araújo apesar de viver na Amazônia, foi um poeta que
soube extrapolar as dimensões continentais da região de origem através de um
discurso poético universal. Era um homem consciente, porém, da sua inexorável
condição humana, pois sabia que excessiva pluralidade acabava com a poesia e que
seria um perigo "encontrar milhões de humanidade. Uma é suficiente". Apesar
disso, de vez em quando ele se referia aos discos voadores e, bastante
frequentemente, aos anjos, como se o mundo onde ele habitava não fosse
suficiente para acomodar todos os seus sonhos de poeta.
as angústias, desencantos e revoltas que sacudiam alma sensível e carinhosa do
poeta. Apesar do forte discurso literário, mesclado de dor, percebe-se
facilmente a presença de ternura: ele pretendia ser "apenas terno", sendo essa
uma das palavras-chave da sua obra", diz o presidente da Associação Amapaense de
Escritores, Paulo Tarso.
Na avaliação de Tarso, Alcy Araújo apesar de viver na Amazônia, foi um poeta que
soube extrapolar as dimensões continentais da região de origem através de um
discurso poético universal. Era um homem consciente, porém, da sua inexorável
condição humana, pois sabia que excessiva pluralidade acabava com a poesia e que
seria um perigo "encontrar milhões de humanidade. Uma é suficiente". Apesar
disso, de vez em quando ele se referia aos discos voadores e, bastante
frequentemente, aos anjos, como se o mundo onde ele habitava não fosse
suficiente para acomodar todos os seus sonhos de poeta.
OBRASAutogeografia - Crônicas e Poemas
Território Federal do Amapá - Monografia
Amapá/68 - Monografia
Amapá - Verde Território da Esperança (Menção honrosa no concurso "Paulo
Maranhão", promovido pela Sudam)
Poemas do Homem do Cais - Poemas
Jardim Clonal – Poemas – Macapá – julho/97
Figura nas seguintes obras:
- Antologia dos Modernos Poetas do Amapá
- Brasil e Brasileiros de Hoje (Enciclopédia)
- Grande Enciclopédia da Amazônia
-Grande Enciclopédia Portuguesa Brasileira (Enciclopédia editada em Lisboa)
- Coletânea Amapaense de Poesia e Crônica- Introdução à Literatura no Pará (
Obra da Academia Paraense de Letras, Editora Cejup - 1995 - Volume V -
Antologia)
Território Federal do Amapá - Monografia
Amapá/68 - Monografia
Amapá - Verde Território da Esperança (Menção honrosa no concurso "Paulo
Maranhão", promovido pela Sudam)
Poemas do Homem do Cais - Poemas
Jardim Clonal – Poemas – Macapá – julho/97
Figura nas seguintes obras:
- Antologia dos Modernos Poetas do Amapá
- Brasil e Brasileiros de Hoje (Enciclopédia)
- Grande Enciclopédia da Amazônia
-Grande Enciclopédia Portuguesa Brasileira (Enciclopédia editada em Lisboa)
- Coletânea Amapaense de Poesia e Crônica- Introdução à Literatura no Pará (
Obra da Academia Paraense de Letras, Editora Cejup - 1995 - Volume V -
Antologia)
Álvaro da Cunha
Dos cinco escritores, Álvaro da Cunha foi provavelmente o que mais retratou o
Amapá e a sociedade de então. Paraense, nascido em Belém em 1923, veio para o
Amapá em 1946, a convite do governador Janary Nunes. Dizia Alcy Araújo que o
poema "Amapacanto" era o atlas poético do Território do Amapá. "O Álvaro era
usuário, amante e intérprete do verde incomum da Latitude Zero", dizia Alcy.
"Vejo no Álvaro, não só quando trabalha a questão da Mãe Luzia, que ele carrega
inúmeras propostas desse vir a ser que seria o Amapá, a questão do minério, do
manganês, a redenção do homem amazônico com uma proposta civilizatória
diferente", diz o sociólogo e escritor Fernando Canto.
A poesia de Álvaro interpretou a esperança que o povo tinha de ver o recém
criado território transformado numa das regiões mais progressistas do norte. A
chegada da Icomi, a exploração do minério de manganês são marcantes na
literatura produzida por Álvaro. A inquietação e o receio do caboclo que ganhava
a vida transportando gente e "encomendas" nas pequenas canoas diante do trem da
Icomi que para ele parecia uma ameaça, também são retratados na poesia de
Álvaro.
Pintura - e ao lado direito, talvez a única fotografia conhecida de Mães Luzia nos anos 40 |
Mãe Luzia
Velha, enrugada, cabelos de algodão,
fim de existência atribulada, cuja
apoteose é um rol de roupa suja
e a aspereza das barras de sabão.
Mãe Luzia! Mãe Preta! Um coração
que através dos milagres de ternura
da mais rudimentar puericultura
foi o primeiro doutor da região.
Quantas vezes, à luz da lamparina,
na pobreza do catre ou da esteira,
os braços rebentando de canseira,
Mãe Luzia era toda a medicina.
Na quietude humílima do rosto
sulcado de veredas tortuosas,
há um clamor profundo de desgosto
e o silêncio das vidas dolorosas.
Oh, brônzea estátua da maternidade:
ao te encontrar curvada e seminua,
vejo o folclore antigo da cidade
na paisagem ancestral da minha rua.
Amapacanto
(fragmentos)
O Brasil não sabe nem
o quanto é grande
O rio Amapá pequeno"
Mas eu sei
Amapá
nós dois sabemos
todos os rios que somos e vivemos
Há de apurar também
de que violência
cúpida
provem
que página exemplar
de resistência
abrange
na história do povo
amapaense
o inglório marco
francês
do Cabo Orange
O Trem (fragmento)
" Lá vem o trem
Coisa que nunca se viu,
coisa nova no Amapá..."
"Esse trem é muito feio,
esse trem é discunformi,
esse trem tem um olho inorme,
esse trem vai me matá."
OBRAS
Pássaro de chumbo – 1951
Quem explorou quem no contrato do manganês do Amapá – 1962
Amapacanto
Figura nas seguintes obras:
Antologia Modernos Poetas do Amapá
Brasil e Brasileiros de Hoje
Grande Enciclopédia da Amazônia
Arthur Néry Marinho
Nasceu no Pará em 1923. Chegou ao Amapá em 1946. Figura na Antologia Modernos
Poetas do Amapá, na Enciclopédia Brasil e Brasileiros de Hoje e na Grande
Enciclopédia da Amazônia.
A poesia de Arthur Marinho mostra hábitos e costumes dos moradores de Macapá no
início da era Território. No poema "Praça Antiga", fala das "peladas" de futebol
que aconteciam na praça da matriz e que só terminavam "quando já dormia o sol";
a barraca da Santa armada na velha praça durante as festividades religiosas e a
banda de Mestre Oscar se apresentando no coreto também são mostradas através da
poesia de Marinho.
Praça Antiga
(fragmento)
"Da igreja, o velho coreto
eu avisto, neste ensejo.
Do mestre Oscar vejo a Banda
E lá na banda eu me vejo".
Marabaixo (fragmento)
"O marabaixo (...) traz no tambor a voz rouca do tempo da escravidão"
Paisagem Amazônica
Para escrever
meu revoltado verso,
jamais dei volta ao mundo,
meu Senhor!
Vim pelas margens dos igarapés,
onde o sorriso
é doentio e triste
e a ignorância
há séculos persiste
e é pálida e mirrada
a própria flor.
OBRA
Sermão de Mágoa – 1993
Figura nas seguintes obras
Antologia Modernos Poetas do Amapá
Enciclopédia Brasil e Brasileiros de Hoje
Grande Enciclopédia da Amazônia
Coletânea Amapaense de Poesia e Crônica
Aluízio da Cunha
O mais jovem poeta dos cinco, nasceu em 1933 no Pará. Foi um dos primeiros a vir
para o Amapá: 1950. Sua poesia pouco fala no Amapá, mas sua grande importância
vem do fato de, ao lado dos outros quatro, ter feito, como diz Fernando Canto,
um esforço sobre-humano para projetar a cultura amapaense.
Não me peças, Maria,
um poema de amor,
profundamente musicado pelas rimas.
Não me peças, Maria,
um poema de amor.
Olha, Maria,
os jatos perturbaram
a melodia nascente
da primeira canção deste poeta.
OBRA
Lâmina d´água (ainda inédita)
Figura na seguinte obra:
Antologia Modernos Poetas do Amapá
Ivo Torres
Ivo Torres no Rio de Janeiro |
Coube ao escritor Ivo Torres, poeta concretista, iniciar a inserção do Amapá no
cenário nacional, através da revista Rumo, ao mesmo tempo em que despertava na
sociedade amapaense o gosto pelas artes, especialmente pela literatura, através
de programas na Rádio Difusora de Macapá, de suplementos culturais no jornal
Amapá (hoje Diário Oficial do Estado) e coluna literária no jornal O Liberal.
Com Alcy Araújo, Álvaro da Cunha, Aluízio da Cunha, Amaury Farias e Arthur Nery
Marinho, Ivo Torres promoveu, através do Clube de Arte Rumo e da Sociedade
Artística de Macapá, concursos de poesias e crônicas, espetáculos de dança e de
teatro, recitais de poesia e reuniões literárias.
Ivo Torres nasceu no Rio de Janeiro em 20 de março de 1931. Veio para o Amapá
aos 26 anos, em 1957, para assessorar o governo a convite do deputado Coaracy
Nunes. Representando o Amapá em concurso nacional de poesia promovido pelo
jornal Diário de Minas em 1958 conquistou o primeiro prêmio.
Foi Ivo quem conseguiu aglutinar os intelectuais amapaenses e levar a arte para
a sociedade que se formava no recém-criado Território Federal do Amapá. Hoje,
aos 68 anos, morando no Rio de Janeiro, Ivo lamenta que o Amapá não tenha
progredido tanto culturalmente como se previa no início do Território.
POEMA DO LOUCO
Caminha o louco
O céu do louco tem cor
permanente.
A alma do louco acoita
canções, que muitos cantam,
sem conhecer.
O louco não gosta de flores.
Aliás, nunca viu flores
genuínas.
Nem mulheres.
Nem meninos.
Nem nunca foi menino.
Não tem casa.
Não tem leito.
Não tem relógio.
Só tem a rua.
A rua branca
e sincera do seu mundo.
Neste momento, o louco chora,
porque lhe disseram que há
loucos que se curam.
OBRAS
Poemas pro Anjo – 1960
Cascafruto – 1964
Encadernação do Pasmo – 1974
Cromo/Somos – 1978
Trono do Amor – 1983
O Administrado do Amor – 1994
A Cor/Dando - 22/06/99
Figura nas seguintes obras
Antologia Modernos Poetas do Amapá
Poetas do Jardim
..................................................................Mais informações no blog http://www.alcinea.com/
(Pesquisa e texto de:
Alcinéa Cavalcante, Alcilene Cavalcante,
Beto Lacerda, Gilberto Ubaiara e Tanha Silva)
5 comentários:
Paulo Tarso,
acabei de conhecer o blog dos Escritores do Amapá.
Achei o máximo.
Uma valiosa fonte de referência sobre o assunto e um meio eficaz de divulgação de nossas obras.
Um grande abraço!
Seotons - Entreprise de Creation site internet
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but I do not want to leave any links here, so you can email me fairyalexiss@gmail.com
and i will give you the site of this unusual program :)
(but please don't PM me, because it's so difficult to communicate in such kind of way)
so, I hope I was helpful to you)) see you in next posts ..
sincerely
your Alexis....
p.s. English is not my native language, so sorry for any mistakes :)
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