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25 de out. de 2020

SÉRIE NOVOS POETAS DO AMAPÁ - 18 - JOSÉ QUEIROZ PASTANA



Nota:
Esta série vai prosseguir até que possamos publicar e registrar, neste blog, o maior número possível de novos poetas e também os já consagrados.
Esclarecemos que aqui não fazemos juízo de valor nem apreciação crítica (apenas a divulgação!), mas são livres os comentários e opiniões dos nossos leitores e internautas, desde que pertinentes e referentes aos textos -- e não ofensivos, é claro.
O conteúdo, revisão ortográfica e gramatical dos textos são de inteira responsabilidade dos seus autores, bem como o copyright.


                                   Aguarde para breve mais um novo poeta!


Apresentamos hoje o escritor e poeta José Queiroz Pastana, personalidade da Literatura bastante conhecida e carismática por sua vivência nos meios literários do Amapá desde o início dos anos 90, quando publicou seu primeiro livro de poemas Oscilações. Daí em diante não deixou mais de participar, seja como escritor ou militante, sendo um dos idealizadores do I Festival Amapaense de Poesia e de entidades e associações literárias no Amapá.

 

TEMPO


Passam os minutos
Sinto o anseio
No passar das horas
Fica o desespero.

Passam as horas
Sinto o desespero
No passar dos dias
Fica a esperança.

Passam os dias
Sinto a esperança
No passar do tempo
Fica a velhice.

Passa o tempo
Sinto a velhice
No passar da morte
Fica a saudade.

Passa a saudade
Sinto a alegria
No passar da desilusão
Fica a poesia.

 

 

 

Posse na Academia Amapaense de Letras 


OSCILAÇÕES


Não serei condescendente
De um amor maluco
Tampouco um anjo displicente.

Não serei o carrasco
De um mundo pobre
Tampouco um sentimental qualquer.

Não serei o protetor
Da natureza
Tampouco pacífico com quem a devasta.

Não serei o totem loquaz
De um povo
Tampouco um alienado cidadão.

Não serei inexorável
Com os chibantes
Tampouco taciturno com eles.

Não serei fantoche
De uma classe burguesa
Tampouco sua caricatura.

Não serei o historiador
Deste mundo bélico
Tampouco deixarei de narrar os lamentos.

Não serei também
Um intermediário da paz
Tampouco um omisso patriota.

 

 

 NATURAL

 

Pouco importa
Que teus vestidos
Sejam de cetim
Ou de seda
Que teus dentes
Sejam de marfim
Ouro
Ou prata
Que tua cor
Seja branca
Preta
Ou apache
O que importa
É teu jeito natural
De ser flor do campo
Cheirosa como o jasmim.

 

 


ANJO CARNAL


Um anjo posto por Deus
Um anjo lindo sem asas
De belezas diferentes
De ternuras infinitas.

Não é um anjo qualquer
Mas pleno encantamento
E cheio de sentimento
Que faz levitar a alma.

Sei que o anjo celestial
É um ser sobrenatural
Amor puro e verdadeiro
Muito além do céu azul.

Também um anjo carnal
De sensualidade e amor
Envolto de magnetismo
Feito de fogo e paixão.

O anjo dos meus sonhos
É a mais bela das flores
Faz desabrochar o amor
Tem o sorriso contagiante.

É um anjo transfigurado
Vestes brancas e alvas
De uma imagem tão real
Que parece Cinderela.
.
Um anjo disfarçado de mulher
De cabelos dourados
Voz doce e aveludada
Semblante angelical.

Era um anjo belo e formoso
Feito de prosa e poesia
Que cruzou o meu caminho
E em cheio acertou o coração.

 

 

Com as poetisas e professoras Ana Alves (falecida) e Maria Helena Amoras



 NÉCTAR     

 

No teu jardim de pétalas
O néctar dos lábios vermelhos
De colibri a sonhador
Ando no tempo da saudade.

Pousar em cada flor serena
Sugar o líquido desejado
Na sina de ser teu menestrel
Guardo cada momento de amor.

Sob o luar da noite branda
Chego ao orvalho das manhãs
Faço do teu corpo de ninfeta
O mais lindo jardim clonal.


 

 


O Poeta com seus familiares

 

PAPOULA

 

A flor da noite
É a flor do dia
Papoula carnal
Lasciva atração
Lânguidas noites
Apoteótico gozo
Colorido sabor
Inocente beleza
De mundos fidalgos
Vida de dois céus
Petrificados no peito
Gostoso abraço
Que aquece o coração
Adornado de flores
Pétalas vermelhas
Senhora do amor.

 

 

 RODA VIVA

 

Levanta o café, muié

O sol já vem raiando

Os curumins dormem

O tempo é um relógio.

 

O som agradável da viola 

Faz do verso uma cantiga

O violeiro canta os amores

E o galo tece o amanhecer.

 

Cada descuido estremece

Possibilita mudar o adeus    

Os olhos são divinos anjos

Percebem, em você, o amor.

 

Vamos caminhar, muié

A cadeira está vazia

O conhecimento dignifica

E quem persevera é dono.

 

Fingimos ser bonzinhos

Alguns se prostram em fé

Outros gostam de vinho

Mas tudo pode acabar bem.

 

Quando olho para a folhinha

Noto a juventude se esvair 

Embora a velhice seja certa  

Nunca perco o jeito de amar.

 

Cultivar os momentos lindos

Porque o paraíso é efêmero

Aprendemos com os erros

O destino é uma roda viva.

 

Viver a vida sem emoção

Não traz proveito algum   

Deveríamos criar nuvens

Para viajar na imaginação.

 

O meu coração singra o mar

Quando escrevo poemas

Sozinho me encontro maior

Em batalha com as palavras.

 

Sou caboclo do Norte

Não tenho medo de falar

O amor se faz perdoar

É florido que nem o pomar.

 

Os meninos estão à toa

Precisamos alimentá-los

Apesar disso, a vida é boa

Por mais que seja sofrido.

 

É, muié, levanta-te

O café já está pronto

É hora de trabalhar

Senão a fome é certa.

 

  

Na Sala Infanto-Juvenil com criança autora de coletânea escolar

ESTRELA ALVA

 

Aquela estrela sozinha

Pulsa forte para mim

Às vezes cor dourada

Às vezes em tom prata.

 

Aquela estrela vertical       

Contempla o meu sorriso

Sorri diante da felicidade                          

Dona dos meus desejos.                               

 

Aquela estrela vibra

Diante de tanta alegria

Do confronto de olhares

Dos beijos efervescentes.   

 

Aquela estrela é minha

Marcou a minha vida

Do alto se fez majestosa       

Espalhou a eternidade.    

 

A estrela envelheceu

A via da varanda de casa

Prateou todo o céu

Maravilhou as madrugadas.

 

Ah, aquela estrela

Era Bonita e vaidosa

Nada de aparelhamentos

Pura magia encantadora.

 

Aquela estrela amou

Apaixonou-se por mim

Encontrou sentimentos 

No meu coração cigano.

 

Aquela estrela alta

Tão pequenina 

De grande esplendor

Iluminou o meu ser.

 

Pois aquela estrela, moça!

Fez brilhar o meu mundo 

Observou a minha infância

Transformou versos em amor.

 
Com Alcinéa Cavalcante e Tâmara Lima

Com a professora Márcia Galindo

ESTRELA

 

Ela é doce paixão marajoara

Tem lindo sorriso afortunado

Pérola preciosa da Amazônia 

Princesa dos sonhos dourados.

 

Fremente olhar, porém, faceiro

Lua-cheia aureolada de magia

Beleza que se encontra distante

Infinitamente desejo apaixonado.

 

Talvez loucura passageira

Mas amor que se fez fidelíssimo

Tal qual a estrela pujante e magnífica

Que é vista de longe enquanto brilha.

 

 

Com os Poetas Manoel Bispo e Luiz Alberto C. Guedes

 BOREAL

 

O Sol

Desnuda o céu

Alquimia o horizonte

Auréola nas manhãs

Contagia o transeunte.

 

O Sol

Passeia no equador

Mistifica o equinócio

Fenômeno da vida

Ao dividir o mundo.

 

O pôr do Sol

Resplandece

Fortemente no verão

Caminha mansamente

E aterrissa na linha só.

 

 

Atividade cultural na Biblioteca Pública Elcy Lacerda

ABOLIÇÃO

 

 

Mãe África

Nação portuguesa

Tribo indígena

Mundo de todos nós.

 

Corte portuguesa

Missão jesuíta

Navios negreiros

Desigualdade social.

 

Brasil República

Fim da Monarquia

Democracia total

Viva, a liberdade!

 

 

 

 

CIDADANIA

 

 

Versos brancos

Versos pretos

Versos vermelhos

Versos livres.

 

 

Versos ricos

Versos meus

Versos pobres

Versos tristes.

 

 

Versos capitalistas

Versos comunistas

Versos bélicos

Versos pacíficos.

 

Versos cristãos

Versos fraternos

Versos salvação

Versos imortais.

 

 

Manoel Bispo, Fernando Canto, Ricardo Pontes , Pastana e Mauro Guilherme

 

 ROSÁRIO DE OURO

 

Uma mulher linda

Um livro de poesia

Uma dose de whisky

Uma cerejeira florida.

 

Um amor cristalino

Mãos que acariciam

Uma flor que se abre

Um louvor a Deus.

 

Um igarapé encantado

Uma estrela sozinha

Uma lua prateada

Um rosário de ouro.

 

Um coração prometido

Um sorriso renovado

Uma história de amor

Um beijo apaixonado.


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JOSÉ QUEIROZ PASTANA

  

O Autor e seu livro "Poemas e um Amor"


Escritor, poeta e professor, nasceu em 27 de novembro de 1964, no distrito de Fazendinha – estado do Amapá. É graduado no curso de Licenciatura Plena em Letras e Pós-graduado em Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa e Literatura, com extensão em complementação do Magistério Superior.

       Publicou quatro livros de poemas: Oscilações (1989), No Meio do Mundo (1997), Nos Céus da Vida (2003) e Poemas e um amor (2019). Também tem participação em cinco coletâneas de poemas e uma de contos; ainda participou da produção e gravação do CD Acalantos Poéticos (em 1999), em coautoria com Ricardo Pontes e Sânzia Brito, do mesmo modo da edição da revista Amapá Cultural (2000), em coautoria com Ricardo Pontes, Joseli Dias e Leão Zagury.

       Em 2006, José Pastana foi eleito pelos seus confrades e confreiras para compor o colegiado do Conselho Estadual de Cultura (biênio 2006/2008), sendo reconduzido por mais um mandato (biênio 2008/2010), na oportunidade, foi eleito presidente da Câmara de Letras e Artes.

       Em 2010, foi nomeado gerente da Biblioteca Pública Estadual Elcy Lacerda, por 8 meses, mas logo deixou a biblioteca, quando foi convidado para lecionar no Sistema Modular Projovem – Município de Chaves-PA, mas teve que retornar a Macapá, porque foi nomeado chefe da Divisão de Recursos Humanos da Fundação Municipal de Cultura de Macapá - Fumcult, pela Prefeitura de Macapá.

            Em 2015, foi eleito pela Setorial de Literatura, para participar e proceder a eleição dos representantes titulares e suplentes para compor o Pleno do Conselho Nacional de Política Cultural - CNPC.

       Atualmente José Pastana está gerente da Biblioteca Pública Estadual Elcy Lacerda e Conselheiro Titular do Conselho Municipal de Educação de Macapá, bem como Sócio Efetivo e Perpétuo da Academia Amapaense de Letras, ocupando a cadeira n°. 38, patroneada por Vicente Portugal Júnior, tendo como fundador o professor Antônio Munhoz.

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Contatos com o autor: 

(96) 99200 7314


 


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