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4 de mai. de 2021
MORRE O ESCRITOR, MÚSICO E PROMOTOR MAURO GUILHERME
MORRE NO RIO O POETA LEÃO MOYSÉS ZAGURY
Foi professor e empresário, e publicou, dentre outros, os livros: Ciranda Matinal (1991) Cidade sem Rosto (1993) e Ciranda Matinal II (1997). Em 2001, Leão publicou a obra Expectativa (poemas, crônicas e curiosidades) e Expectativa vol. II (2003) e muitos outros livros. Faleceu no Rio de Janeiro em 9 de abril de 2021 em consequência da Covid e era integrante da Associação Amapaense de Escritores-Apes e do Clube dos Poetas.
25 de out. de 2020
SÉRIE NOVOS POETAS DO AMAPÁ - 18 - JOSÉ QUEIROZ PASTANA
Esclarecemos que aqui não fazemos juízo de valor nem apreciação crítica (apenas a divulgação!), mas são livres os comentários e opiniões dos nossos leitores e internautas, desde que pertinentes e referentes aos textos -- e não ofensivos, é claro.
Apresentamos hoje o escritor e poeta José Queiroz
Pastana, personalidade da Literatura bastante conhecida e carismática por sua vivência nos
meios literários do Amapá desde o início dos anos 90, quando publicou seu
primeiro livro de poemas Oscilações. Daí em diante não deixou mais de
participar, seja como escritor ou militante, sendo um dos idealizadores do I Festival Amapaense de Poesia e de entidades e associações literárias no Amapá.
TEMPO
Passam os
minutos
Sinto o anseio
No passar das horas
Fica o desespero.
Passam as
horas
Sinto o desespero
No passar dos dias
Fica a esperança.
Passam os
dias
Sinto a esperança
No passar do tempo
Fica a velhice.
Passa o tempo
Sinto a velhice
No passar da morte
Fica a saudade.
Passa a
saudade
Sinto a alegria
No passar da desilusão
Fica a poesia.
Posse na Academia Amapaense de Letras |
OSCILAÇÕES
Não serei
condescendente
De um amor maluco
Tampouco um anjo displicente.
Não serei o
carrasco
De um mundo pobre
Tampouco um sentimental qualquer.
Não serei o protetor
Da natureza
Tampouco pacífico com quem a devasta.
Não serei o
totem loquaz
De um povo
Tampouco um alienado cidadão.
Não serei
inexorável
Com os chibantes
Tampouco taciturno com eles.
Não serei
fantoche
De uma classe burguesa
Tampouco sua caricatura.
Não serei o
historiador
Deste mundo bélico
Tampouco deixarei de narrar os lamentos.
Não serei
também
Um intermediário da paz
Tampouco um omisso patriota.
NATURAL
Pouco importa
Que teus vestidos
Sejam de cetim
Ou de seda
Que teus dentes
Sejam de marfim
Ouro
Ou prata
Que tua cor
Seja branca
Preta
Ou apache
O que importa
É teu jeito natural
De ser flor do campo
Cheirosa como o jasmim.
ANJO CARNAL
Um anjo posto
por Deus
Um anjo lindo sem asas
De belezas diferentes
De ternuras infinitas.
Não é um anjo
qualquer
Mas pleno encantamento
E cheio de sentimento
Que faz levitar a alma.
Sei que o
anjo celestial
É um ser sobrenatural
Amor puro e verdadeiro
Muito além do céu azul.
Também um
anjo carnal
De sensualidade e amor
Envolto de magnetismo
Feito de fogo e paixão.
O anjo dos
meus sonhos
É a mais bela das flores
Faz desabrochar o amor
Tem o sorriso contagiante.
É um anjo
transfigurado
Vestes brancas e alvas
De uma imagem tão real
Que parece Cinderela.
.
Um anjo disfarçado de mulher
De cabelos dourados
Voz doce e aveludada
Semblante angelical.
Era um anjo
belo e formoso
Feito de prosa e poesia
Que cruzou o meu caminho
E em cheio acertou o coração.
Com as poetisas e professoras Ana Alves (falecida) e Maria Helena Amoras
NÉCTAR
No teu jardim de pétalas
O néctar dos lábios vermelhos
De colibri a sonhador
Ando no tempo da saudade.
Pousar em cada flor serena
Sugar o líquido desejado
Na sina de ser teu menestrel
Guardo cada momento de amor.
Sob o luar da noite branda
Chego ao orvalho das manhãs
Faço do teu corpo de ninfeta
O mais lindo jardim clonal.
O Poeta com seus familiares |
PAPOULA
A flor da
noite
É a flor do dia
Papoula carnal
Lasciva atração
Lânguidas noites
Apoteótico gozo
Colorido sabor
Inocente beleza
De mundos fidalgos
Vida de dois céus
Petrificados no peito
Gostoso abraço
Que aquece o coração
Adornado de flores
Pétalas vermelhas
Senhora do amor.
Levanta o café, muié
O sol já vem raiando
Os curumins dormem
O tempo é um relógio.
O som agradável da viola
Faz do verso uma cantiga
O violeiro canta os amores
E o galo tece o amanhecer.
Cada descuido estremece
Possibilita mudar o adeus
Os olhos são divinos anjos
Percebem, em você, o amor.
Vamos caminhar, muié
A cadeira está vazia
O conhecimento dignifica
E quem persevera é dono.
Fingimos ser bonzinhos
Alguns se prostram em fé
Outros gostam de vinho
Mas tudo pode acabar bem.
Quando olho para a folhinha
Noto a juventude se esvair
Embora a velhice seja certa
Nunca perco o jeito de amar.
Cultivar os momentos lindos
Porque o paraíso é efêmero
Aprendemos com os erros
O destino é uma roda viva.
Viver a vida sem emoção
Não traz proveito algum
Deveríamos criar nuvens
Para viajar na imaginação.
O meu coração singra o mar
Quando escrevo poemas
Sozinho me encontro maior
Em batalha com as palavras.
Sou caboclo do Norte
Não tenho medo de falar
O amor se faz perdoar
É florido que nem o pomar.
Os meninos estão à toa
Precisamos alimentá-los
Apesar disso, a vida é boa
Por mais que seja sofrido.
É, muié, levanta-te
O café já está pronto
É hora de trabalhar
Senão a fome é certa.
Na Sala Infanto-Juvenil com criança autora de coletânea escolar |
ESTRELA ALVA
Aquela estrela sozinha
Pulsa forte para mim
Às vezes cor dourada
Às vezes em tom prata.
Aquela estrela vertical
Contempla o meu sorriso
Sorri diante da felicidade
Dona dos meus desejos.
Aquela estrela vibra
Diante de tanta alegria
Do confronto de olhares
Dos beijos efervescentes.
Aquela estrela é minha
Marcou a minha vida
Do alto se fez majestosa
Espalhou a eternidade.
A estrela envelheceu
A via da varanda de casa
Prateou todo o céu
Maravilhou as madrugadas.
Ah, aquela estrela
Era Bonita e vaidosa
Nada de aparelhamentos
Pura magia encantadora.
Aquela estrela amou
Apaixonou-se por mim
Encontrou sentimentos
No meu coração cigano.
Aquela estrela alta
Tão pequenina
De grande esplendor
Iluminou o meu ser.
Pois aquela estrela, moça!
Fez brilhar o meu mundo
Observou a minha infância
Transformou versos em amor.
Com Alcinéa Cavalcante e Tâmara Lima
Com a professora Márcia Galindo
ESTRELA
Ela é doce paixão
marajoara
Tem lindo sorriso
afortunado
Pérola preciosa da
Amazônia
Princesa dos
sonhos dourados.
Fremente olhar,
porém, faceiro
Lua-cheia
aureolada de magia
Beleza que se
encontra distante
Infinitamente
desejo apaixonado.
Talvez loucura
passageira
Mas amor que se
fez fidelíssimo
Tal qual a estrela
pujante e magnífica
Que é vista de
longe enquanto brilha.
Com os Poetas Manoel Bispo e Luiz Alberto C. Guedes |
O Sol
Desnuda o
céu
Alquimia o
horizonte
Auréola
nas manhãs
Contagia o
transeunte.
O Sol
Passeia no
equador
Mistifica
o equinócio
Fenômeno
da vida
Ao dividir
o mundo.
O pôr do Sol
Resplandece
Fortemente
no verão
Caminha
mansamente
E
aterrissa na linha só.
Atividade cultural na Biblioteca Pública Elcy Lacerda |
ABOLIÇÃO
Mãe África
Nação portuguesa
Tribo indígena
Mundo de
todos nós.
Corte
portuguesa
Missão
jesuíta
Navios
negreiros
Desigualdade
social.
Brasil
República
Fim da
Monarquia
Democracia
total
Viva, a
liberdade!
CIDADANIA
Versos
brancos
Versos pretos
Versos
vermelhos
Versos
livres.
Versos
ricos
Versos
meus
Versos
pobres
Versos
tristes.
Versos
capitalistas
Versos
comunistas
Versos
bélicos
Versos
pacíficos.
Versos
cristãos
Versos
fraternos
Versos
salvação
Versos
imortais.
Manoel Bispo, Fernando Canto, Ricardo Pontes , Pastana e Mauro Guilherme
Uma mulher
linda
Um livro
de poesia
Uma dose
de whisky
Uma
cerejeira florida.
Um amor
cristalino
Mãos que
acariciam
Uma flor
que se abre
Um louvor
a Deus.
Um igarapé
encantado
Uma
estrela sozinha
Uma lua
prateada
Um rosário
de ouro.
Um coração
prometido
Um sorriso
renovado
Uma
história de amor
Um beijo
apaixonado.
JOSÉ
QUEIROZ PASTANA
O Autor e seu livro "Poemas e um Amor" |
Escritor, poeta e professor, nasceu em 27 de novembro de 1964, no
distrito de Fazendinha – estado do Amapá. É graduado no curso de Licenciatura
Plena em Letras e Pós-graduado em Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa e
Literatura, com extensão em complementação do Magistério Superior.
Publicou quatro livros
de poemas: Oscilações (1989), No Meio do Mundo (1997), Nos Céus da Vida
(2003) e Poemas e um amor (2019). Também tem participação em cinco
coletâneas de poemas e uma de contos; ainda participou da produção e gravação
do CD Acalantos Poéticos (em 1999), em coautoria com Ricardo Pontes e Sânzia
Brito, do mesmo modo da edição da revista Amapá Cultural (2000), em coautoria
com Ricardo Pontes, Joseli Dias e Leão Zagury.
Em 2006, José Pastana
foi eleito pelos seus confrades e confreiras para compor o colegiado do
Conselho Estadual de Cultura (biênio 2006/2008), sendo reconduzido por mais um
mandato (biênio 2008/2010), na oportunidade, foi eleito presidente da Câmara de
Letras e Artes.
Em 2010, foi nomeado
gerente da Biblioteca Pública Estadual Elcy Lacerda, por 8 meses, mas logo
deixou a biblioteca, quando foi convidado para lecionar no Sistema Modular
Projovem – Município de Chaves-PA, mas teve que retornar a Macapá, porque foi
nomeado chefe da Divisão de Recursos Humanos da Fundação Municipal de Cultura
de Macapá - Fumcult, pela Prefeitura de Macapá.
Em 2015, foi
eleito pela Setorial de Literatura, para participar e proceder a eleição dos
representantes titulares e suplentes para compor o Pleno do Conselho Nacional
de Política Cultural - CNPC.
Atualmente
José Pastana está gerente da Biblioteca Pública Estadual Elcy Lacerda e
Conselheiro Titular do Conselho Municipal de Educação de Macapá, bem como Sócio
Efetivo e Perpétuo da Academia Amapaense de Letras, ocupando a cadeira n°. 38,
patroneada por Vicente Portugal Júnior, tendo como fundador o professor Antônio
Munhoz.
_________
(96) 99200 7314
E-mail: josepastana.ap@gmail.com
29 de abr. de 2020
SÉRIE NOVOS POETAS DO AMAPÁ - 17 - NETO ROMANO
Esclarecemos que aqui não fazemos juízo de valor nem apreciação crítica (apenas a divulgação!), mas são livres os comentários e opiniões dos nossos leitores e internautas, desde que pertinentes e referentes aos textos -- e não ofensivos, é claro.