A obra narra a saga de sua trajetória política e famíliar, enfatizando a militância na época do regime militar e sua experiência no exílio.
O livro será distribuído nas livrarias e bancas de revistas de Macapá.
Endereço da Editora:
Editora Terceiro Nome
Rua Belmiro Braga, 70
05432 020 - São Paulo - SP
Fone: (011)3816 0333
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Capa do livro |
Fotos: Assessoria do autor |
Leia abaixo texto da escritora Ana Miranda sobre a obra:
"Imagine a floresta amazônica, um rio passa entre árvores,
pássaros gritam, barcos navegam contra o pôr do sol... Os nomes dizem muito:
Xarapucu, Afuá... Um menino viaja pelas águas, descobrindo o mundo. Ele conhece
a alma das matas, viveu sempre entre as sombras misteriosas daquele reino
encantado e perigoso, sem medo, é um ser da floresta. Vai morar na periferia de
Macapá, onde há escola, e trabalha vendendo jornais e frutas e loterias para
ajudar nas despesas da família pobre. Entra num seminário de padres italianos
humanistas, mas não vai ser padre; seu fascínio é a política: grita contra a
opressão da ditadura, entra para a Aliança Libertadora Nacional, vai de
encontro a Marighella, estuda economia.
Casa com uma moça linda, nascida por mãos de parteira, que viveu
a apartação cruel entre pobres e ricos durante os anos em que morou numa
mineradora norte-americana encravada na floresta, em Serra dos Navios. A doçura
do casal é comovente, ambos com traços indígenas no rosto, austeridade e
modéstia no vestir, aparência frágil, mas de uma força extraordinária.
Sonhadores, vivem para melhorar o mundo. A caminho de uma região de extrema
pobreza, para onde vão fundar uma resistência, são presos. Ela espera uma
criança, tem já uma imensa barriga.
O
que acontece a partir dessa prisão está escrito num livro de memórias, que
acaba de sair: Florestas do meu exílio. Além de contar criteriosamente a saga
vivida pelo casal, com sua filhinha, entre fugas dramáticas, perseguições,
torturas de naturezas várias, vidas subterrâneas que fazem lembrar as cenas
mais terríveis de Dickens, Conrad, Victor Hugo, até mesmo Graciliano Ramos ou
Kafka, o livro tem outra virtude: revela um Brasil e uma América Latina “que
poucos conhecem em todo seu encanto e rudeza, entre florestas, cumes andinos,
pueblos, vinhedos, com suas canções, insurreições, fomes, tragédias e soluções
de vida”, como escrevi nas orelhas do livro. “Vemos vilezas e horrores, mas
também o dom humano de amar, apoiar, acreditar, lutar por um ideal; pessoas que
nada possuem e são capazes de doar, desafiar gigantes, arriscar suas vidas”.
Esse casal, hoje, vive em Brasília, e
tem uma biografia da maior retidão, pela veemência de sua fé e firmeza e
lealdade. Ela é Janete Capiberibe, deputada por seu estado, o Amapá, e ele, João
Capiberibe, senador da República e autor das memórias.
Jamais abandonaram suas crenças, nem as florestas. Depois do
sofrimento de oito anos no exílio, ele foi governar o Amapá, e o fez com o
conhecimento e amor nascidos no coração daquele menino; e ela, representante
eleita, retribuiu o que havia aprendido com o povo. Trabalharam sempre contra
os predadores das florestas, das cidades e dos orçamentos públicos; a favor das
crianças pobres, mulheres, parteiras, da gente simples que vive nas matas produzindo
mel, açaí, farinhas, colhendo castanhas, dos índios, pescadores, seringueiros,
e toda a gente boa do Amapá.
Outro
lado bonito do livro Florestas do meu exílio é a voz do autor. Mesmo numa
situação tão extrema, é uma narrativa sensata, íntegra, aguda, capaz de
compreender as razões mais profundas dos sistemas e das pessoas, não apenas as
almas que auxiliam, como o lado mais vil da fome dos lobos. Uma voz paciente,
corajosa, obstinada, moderna, que ainda sonha e acredita".
*Ana
Miranda é escritora premiada, autora, entre outros, dos romances Boca do
Inferno e Dias & Dias, ganhadores do Premio Jabuti de literatura.
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